1. Leia o texto a seguir.
“Eles não usam barba, elas têm cabelos compridos e tranças. Esguios,
alimentados a peixe moqueado com biju, mingau de amendoim e frutas. Falam
baixo, dormem cedo e só têm uma conversa: índio. É a tribo dos brancos composta
de cientistas sociais, médicos, pedagogos, enfermeiras, biólogas e engenheiros
agrônomos, vindos de diversas regiões brasileiras. Boa parte da engenhosa
engenharia social e cultural que mantém o Parque do Xingu funcionando em harmonia
se deve ao trabalho desses
especialistas. O foco agora é preparar os índios para o inevitável
confronto com a civilização que um dia ocorrerá. As cidadezinhas vizinhas do
parque vão transformar-se em municípios de porte médio, a urbanização baterá às
portas da reserva. Os moradores do parque, cada vez mais, dependerão de
produtos fabricados pelo branco. Em todos os momentos da humanidade, sempre que
o choque ocorreu, o mais forte sobrepujou o mais fraco. Quase sempre de forma
violenta. Neste canto do Brasil, um punhado de brancos está conseguindo driblar
essa inevitabilidade. Procuram transformar o abraço sufocante em um caminhar de
mãos dadas de culturas tão diferentes.” FERRAZ, Silvio. Do Xingu. In: Veja, 30
de junho de 1999.
Relacione o texto com a carta de Pero Vaz de Caminha e indique se são
verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmativas quanto à preocupação do
homem branco em relação ao índio:
( ) O texto tem o mesmo objetivo da carta, pois ambos destacam, várias
vezes, que o rei de Portugal deveria cuidar da salvação dos índios.
( ) O texto tem o mesmo objetivo que a carta de Caminha, na medida em
que tanto a “tribo de brancos” quanto o escrivão da esquadra de Cabral mostram
preocupação com os índios do Xingu.
( ) O texto não tem o mesmo objetivo da carta pois Caminha, ao destacar
que o rei deveria cuidar da salvação dos índios, usa “salvação” no sentido
religioso, de converter o índio à fé católica, ou seja, no sentido de salvação
da alma.
A sequência correta é:
a) F – F – V.
b) V – V – F.
c) F – V – F.
d) V – F – V.
e) F – V – V
b) V – V – F.
c) F – V – F.
d) V – F – V.
e) F – V – V
2. No período colonial, verificam-se os seguintes fenômenos de nossa
vida literária:
a) Constituição de um exigente público leitor e surgimento das primeiras
editoras nacionais.
b) Manifestação de sentimentos nacionalistas e consolidação do romance
de temática urbana.
c) Surgimento dos nossos primeiros grandes críticos literários e
consolidação de um público de leitores.
d) Reflexos de princípios estéticos do Barroco e do Arcadismo europeus e
manifestação de sentimentos nativistas.
e) Surgimento dos primeiros manifestos românticos e exploração de temas
indianistas.
3. Não é característica da escola literária a que Padre Vieira pertence:
a) emprego frequente de palavras que designam cores, perfumes e
sensações táteis.
b) uso constante da metáfora e da antítese.
c) união de duas ideias contrárias em um único pensamento.
d) composição de cantigas de amor e cantigas de amigo.
e) utilização de muitas frases interrogativas.
4. Na fase quase inicial de nossa literatura, uma nova tendência, de
traços bem definidos, fazendo ressaltar ..............., bem como aspirações
religiosas, e que se convencionou chamar de ..............., tem como
representante maior no Brasil o poeta baiano ............... . Marque a opção
que preenche adequadamente o enunciado.
a) Sonhos – Romantismo – Bento
Teixeira.
b) Figuras – Dadaísmo – Emiliano Perneta.
b) Figuras – Dadaísmo – Emiliano Perneta.
c) Contraste – Barroco – Gregório de Matos.
d) Silepses – Parnasianismo – Castro Alves.
d) Silepses – Parnasianismo – Castro Alves.
e) A métrica – Concretismo – Caetano Veloso.
5. “Ah! Peixes, quantas invejas vos tenho a essa natural irregularidade!... A
vossa bruteza é melhor que o meu alvedrio. Eu falo, mas vós não ofendeis a Deus
com as palavras; eu lembro-me, mas vós não ofendeis a Deus com a memória; eu
discordo, mas vós não ofendeis a Deus com o entendimento; eu quero, mas vós não
ofendeis a Deus com a vontade”.
O fragmento é próprio do
estilo:
a) medieval, por sua
religiosidade;
b) clássico-renascentista, pelas comparações;
b) clássico-renascentista, pelas comparações;
c) barroco, pelo conceitismo e cultismos;
d) árcade, pelo bucolismo;
d) árcade, pelo bucolismo;
e) romântico, pelo sentimentalismo
6. Leia o soneto abaixo, de Cláudio Manuel da Costa.
“Já rompe, Nise, a matutina aurora
o negro manto, com que a noite escura,
sufocando do sol a face pura,
tinha escondido a chama brilhadora.
Que alegre, que suave, que sonora,
aquela fontezinha aqui murmura!
E nestes campos cheios de verdura;
que avultado prazer tanto melhora?
Só minha alma em fatal melancolia,
por te não ver, Nise adorada
não sabe inda, que coisa é alegria.
E a suavidade do prazer trocada,
tanto mais aborrece a luz do dia,
quanto a sombra da noite mais lhe agrada.”
No soneto de Cláudio Manuel da Costa, a oposição claro/escuro e a
antítese dia/noite revelam a permanência de características da estética:
a) realista.
b) barroca.
c) romântica.
d) simbolista.
e) parnasiana
b) barroca.
c) romântica.
d) simbolista.
e) parnasiana
7. O sofrimento amoroso é frequente nas obras dos poetas românticos,
como se pode observar abaixo:
“Se Se Morre de Amor! (Gonçalves Dias)
Sentir, sem que se veja, a quem se adora,
Compr’ender, sem lhe ouvir, seus pensamentos,
Segui-la, sem poder fitar seus olhos,
Amá-la, sem ousar dizer que amamos,
E, temendo roçar os seus vestidos,
Arder por afogá-la em mil abraços:
Isso é amor, e desse amor se morre!”
A característica que situa o fragmento dentro da poética romântica é:
a) evasão no espaço, transportando o eu-lírico para um lugar ideal,
junto à natureza;
b) forte subjetivismo, revelando uma visão pessimista da vida;
c) idealização do amor, transcendendo os limites da vida física;
d) realização de poemas lírico-amorosos, valorizando o idioma nacional;
e) idealização da mulher, conduzindo o eu-lírico à depressão.
8.“Quando junto de ti sinto às vezes
Em doce enleio desvairar-me o siso,
Nos meus olhos incertos sinto lágrimas...
mas da lágrima em troca eu temo um riso!”
Na estrofe acima, de Álvares de Azevedo, revela-se um traço forte de sua
poesia, a:
a) idealização da amada, retratada como musa etérea, solene e distante;
b) projeção da própria morte, a um tempo temida e desejada;
c) sátira impiedosa, pela qual se rebaixa a linguagem ao plano do
cômico;
d) insegurança amorosa, por temor de que a realidade rechace o devaneio
lírico;
e) força material do cotidiano, expressa num detalhismo quase realista.
9. Em relação ao poema “Canção do exílio”, de Gonçalves Dias, é
incorreto afirmar que ele pertence:
a) ao projeto nacionalista romântico;
b) à tendência romântica para a utopia;
b) à tendência romântica para a utopia;
c) à temática romântica da nostalgia;
d) à vertente romântica indianista.
d) à vertente romântica indianista.
e) à fuga simbolista.
10. Indique a alternativa que se refere
corretamente ao protagonista de Memórias de um
Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida:
a) Ele é uma espécie de barro vital, ainda amorfo, a que o prazer e o
medo vão mostrando os caminhos a seguir, até sua transformação final em símbolo
sublimado.
b) Enquanto cínico, calcula friamente o carreirismo matrimonial; mas o
sujeito moral sempre emerge, condenando o próprio cinismo ao inferno da culpa,
do remorso e da expiação.
c) A personalidade assumida de sátiro é a máscara de seu fundo lírico,
genuinamente puro, a ilustrar a tese da "bondade natural", adotada
pelo autor.
d) Este herói de folhetim se dá a conhecer sobretudo nos diálogos, nos
quais revela ao mesmo tempo a malícia aprendida nas ruas e o idealismo
romântico que busca ocultar.
e) Nele, como também em personagens menores, há o contínuo e divertido
esforço de driblar o acaso das condições adversas e a avidez de gozar os
intervalos da boa sorte.
RESPOSTAS: 1 A - 2 D – 3 D - 4 C – 5 C – 6 B – 7 E – 8 A – 9 B – 10 C
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