A literatura brasileira reúne diversos poetas e poetisas que tiveram
grande destaque não somente no Brasil, mas no mundo.
Confira abaixo uma
lista com alguns dos maiores poetas brasileiros modernos. Leia algumas de suas poesias e conheça, também
algumas obras.
1. Carlos Drummond
de Andrade (1902-1987)
Poeta modernista
mineiro, Drummond é considerado um dos maiores poetas brasileiros do século XX.
Grande destaque da segunda geração modernista, além de poesias, escreveu
crônicas e contos.
No meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
Na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
Tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra.
Tinha uma pedra no meio do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
Na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
Tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra.
2.
Clarice Lispector (1920-1977)
Poetisa modernista, Clarice nasceu na Ucrânia, porém foi
naturalizada brasileira. Grande destaque da terceira geração modernista, ela é
considerada uma das maiores escritoras do Brasil. Além de poesias, escreveu
romances, contos e obras de literatura infantil.
O sonho
Sonhe com aquilo que
você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que quer.
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que quer.
Tenha felicidade
bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.
As pessoas mais felizes
não tem as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor das oportunidades
que aparecem em seus caminhos.
Elas sabem fazer o melhor das oportunidades
que aparecem em seus caminhos.
A felicidade aparece
para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passaram por suas vidas.
Para aqueles que se machucam
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passaram por suas vidas.
3. Cecília
Meireles (1901-1964)
Poetisa brasileira carioca, Cecília é uma das primeiras mulheres
a ter grande destaque na literatura brasileira. Foi escritora da segunda fase
do modernismo no Brasil. Suas poesias apresentam caráter intimista com forte influência da psicanálise e da
temática social.
Motivo
Eu canto porque o
instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas
fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se
edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a
canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.
4.
Manuel Bandeira (1886-1968)
Poeta brasileiro pernambucano, Manuel teve grande destaque na
primeira fase do modernismo no Brasil. Além de poesia, escreveu também obras em
prosa. Com grande lirismo, sua obra versa sobre temas do cotidiano e da
melancolia.
Desencanto
Eu faço versos como quem
chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue.
Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.
E nestes versos de
angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
– Eu faço versos como quem morre.
05.
João Cabral de Melo Neto (1920-1999)
Poeta moderno nascido em Pernambuco, João Cabral ficou conhecido
como o “poeta engenheiro”. Foi grande destaque da terceira geração modernista
no Brasil e além de poesia, ele escreveu obras em prosa.
O
Relógio
Ao redor da vida do
homem
há certas caixas de vidro,
dentro das quais, como em jaula,
se ouve palpitar um bicho.
há certas caixas de vidro,
dentro das quais, como em jaula,
se ouve palpitar um bicho.
Se são jaulas não é
certo;
mais perto estão das gaiolas
ao menos, pelo tamanho
e quadradiço de forma.
mais perto estão das gaiolas
ao menos, pelo tamanho
e quadradiço de forma.
Umas vezes, tais gaiolas
vão penduradas nos muros;
outras vezes, mais privadas,
vão num bolso, num dos pulsos.
vão penduradas nos muros;
outras vezes, mais privadas,
vão num bolso, num dos pulsos.
Mas onde esteja: a
gaiola
será de pássaro ou pássara:
é alada a palpitação,
a saltação que ela guarda;
será de pássaro ou pássara:
é alada a palpitação,
a saltação que ela guarda;
e de pássaro cantor,
não pássaro de plumagem:
pois delas se emite um canto
de uma tal continuidade.
não pássaro de plumagem:
pois delas se emite um canto
de uma tal continuidade.
06. Érico
Lopes Veríssimo foi um dos escritores brasileiros
mais populares do século XX.
Nascimento: 17 de dezembro de 1905, Cruz Alta
Falecimento: 28 de novembro de 1975, Porto Alegre,
Rio Grande do Sul
07. Jorge
Leal Amado de Faria ou
apenas Jorge Amado (Itabuna, 10 de agosto de 1912 — Salvador, 6 de agosto de 2001) foi um dos mais
famosos e traduzidos escritores brasileiros de todos os tempos.[5][6] Jorge
Amado é o autor mais adaptado do cinema,
do teatro e da televisão. Verdadeiros sucessos como Dona Flor e Seus Dois Maridos, Tenda dos Milagres, Tieta
do Agreste, Gabriela, Cravo e Canela e Tereza Batista Cansada de Guerra foram
criações suas. Sua obra literária – 49 livros, ao todo – também já foi
tema de escolas de samba por todo o País. Seus livros
foram traduzidos em 80 países, em 49 idiomas, bem
como em braille e
em fitas gravadas para cegos.]
Integrou
os quadros da intelectualidade comunista brasileira
desde o final da primeira metade do século XX - ideologia presente em várias
obras, como a retratação dos moradores do trapiche baiano em Capitães da Areia, de 1937. Em 1995, já descrente
dos resultados práticos do comunismo, deixa o PCB (Partido Comunista Brasileiro),
despejando fortes críticas à ideologia comunista.
ALGUMAS OBRAS PUBLICADAS
08. Rachel
de Queiroz
Romancista
Rachel de Queiroz foi uma tradutora, romancista,
escritora, jornalista, cronista prolífica e importante dramaturga brasileira.
Autora de destaque na ficção social nordestina. Foi a primeira mulher a
ingressar na Academia Brasileira de Letras. Em 1993, foi a primeira mulher
galardoada com o Prêmio Camões.
Nascimento: 17 de novembro de 1910, Fortaleza,
Ceará
Falecimento: 4 de novembro de 2003, Leblon, Rio
de Janeiro
Nacionalidade: Brasileiro
09. Ariano Suassuna (1927-2014)
Poeta brasileiro paraibano, Suassuna foi idealizador do movimento armorial com foco na valorização das artes populares. Teve destaque na literatura de cordel e além de poesia, escreveu romances, ensaios e obras de dramaturgia.
Aqui morava um rei
Aqui morava um rei quando eu menino
Vestia ouro e castanho no gibão,
Pedra da Sorte sobre meu Destino,
Pulsava junto ao meu, seu coração.
Vestia ouro e castanho no gibão,
Pedra da Sorte sobre meu Destino,
Pulsava junto ao meu, seu coração.
Para mim, o seu cantar era Divino,
Quando ao som da viola e do bordão,
Cantava com voz rouca, o Desatino,
O Sangue, o riso e as mortes do Sertão.
Quando ao som da viola e do bordão,
Cantava com voz rouca, o Desatino,
O Sangue, o riso e as mortes do Sertão.
Mas mataram meu pai. Desde esse dia
Eu me vi, como cego sem meu guia
Que se foi para o Sol, transfigurado.
Eu me vi, como cego sem meu guia
Que se foi para o Sol, transfigurado.
Sua efígie me queima. Eu sou a presa.
Ele, a brasa que impele ao Fogo acesa
Espada de Ouro em pasto ensanguentado.
Ele, a brasa que impele ao Fogo acesa
Espada de Ouro em pasto ensanguentado.
LITERATURA DO RIO
GRANDE DO SUL
01. Mario Quintana
(1906-1994)
Poeta brasileiro
nascido no Rio Grande Sul, Mario é conhecido por ser o “poeta das coisas
simples”. Considerado um dos maiores poetas brasileiros do século XX, teve
grande destaque na segunda fase do modernismo no Brasil. Sua obra poética
explora temas como o amor, o tempo e a natureza.
Os Poemas
Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam voo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto
alimentam-se um instante em cada par de mãos
e partem. E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti…
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto
alimentam-se um instante em cada par de mãos
e partem. E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti…
02. Raul Bopp (1898-1984)
Poeta modernista
brasileiro, Raul nasceu no Rio Grande do Sul. Participou da Semana de Arte
Moderna que inaugurou o movimento modernista no Brasil. Além de poesia, Bopp
também escreveu crônicas.
Cobra Norato
(trecho da obra) (Mistura lenda e mitos populares)
Um dia
ainda eu hei de morar nas terras do Sem-Fim.
Vou andando, caminhando, caminhando;
me misturo rio ventre do mato, mordendo raízes.
Depois
faço puçanga de flor de tajá de lagoa
e mando chamar a Cobra Norato.
— Quero contar-te uma história:
Vamos passear naquelas ilhas decotadas?
Faz de conta que há luar.
A noite chega mansinho.
Estrelas conversam em voz baixa.
O mato já se vestiu.
Brinco então de amarrar uma fita no pescoço
e estrangulo a cobra.
Agora, sim,
me enfio nessa pele de seda elástica
e saio a correr mundo:
ainda eu hei de morar nas terras do Sem-Fim.
Vou andando, caminhando, caminhando;
me misturo rio ventre do mato, mordendo raízes.
Depois
faço puçanga de flor de tajá de lagoa
e mando chamar a Cobra Norato.
— Quero contar-te uma história:
Vamos passear naquelas ilhas decotadas?
Faz de conta que há luar.
A noite chega mansinho.
Estrelas conversam em voz baixa.
O mato já se vestiu.
Brinco então de amarrar uma fita no pescoço
e estrangulo a cobra.
Agora, sim,
me enfio nessa pele de seda elástica
e saio a correr mundo:
Vou visitar a rainha Luzia.
Quero me casar com sua filha.
— Então você tem que apagar os olhos primeiro.
O sono desceu devagar pelas pálpebras pesadas.
Um chão de lama rouba a força dos meus passos.
Quero me casar com sua filha.
— Então você tem que apagar os olhos primeiro.
O sono desceu devagar pelas pálpebras pesadas.
Um chão de lama rouba a força dos meus passos.
03. José Clemente
Pozenato (São Francisco de Paula, 22 de
maio de 1938) é um escritor, tradutor e professor brasileiro.
Tem vasta produção no gênero da crônica e diversos livros de poesia e ficção,
onde explora crítica e realisticamente o cenário e as tradições da região
de colonização
italiana do Rio Grande do Sul. Sua
obra mais aplaudida é o romance histórico O Quatrilho, que recebeu versão
cinematográfica indicada para o Oscar.
Outras
publicações
·
1967 - Matrícula (poesia)
·
1971 - Vária Figura (poesia)
·
1982 - Carta de Viagem (poesia)
·
1983 - Meridiano (poesia)
·
1985 - O
Caso do Martelo (novela policial, adaptada para a
televisão)
·
1989 - O Caso do Loteamento Clandestino (novela
policial)
·
1990 - O Jacaré da Lagoa (infantil)
·
1993 - Cánti Rústeghi (poesia)
·
1998 - O limpador de fogões (contos)
04. Dyonélio
Tubino Machado (Quaraí, 21 de agosto de 1895 – Porto Alegre, 19 de junho de 1985) foi um escritor
brasileiro -romancista, contista, ensaísta, poeta, jornalista, psiquiatra e comunista.
Foi um dos principais expoentes da segunda geração do Modernismo no
Brasil. Romance de 30
Atemporal e
Naziazeno
Fernando Simplício
dos Santos já analisou em estudo acadêmico a história de Naziazeno, que — em
seu entendimento — mostra o ser humano como um condenado a “sofrer para
sobreviver”: “Ele [Naziazeno] está à mercê de um sistema que explora seu corpo
e sua mente, refletindo-se nas histórias de outros ‘Naziazenos do Brasil’ —
todos à margem dos grandes centros da sociedade capitalista, contundentemente
exemplificada em Os ratos pela cidade de Porto Alegre dos anos
de 1930 e representada, igualmente, pela nossa sociedade contemporânea.
Tal questão mostra a atemporalidade de Os ratos”.
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