terça-feira, 5 de outubro de 2021

LITERATURA - ENSINO MÉDIO

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PROF. BERNADETE 

ROMANTISMO

O Romantismo no Brasil foi um movimento literário que reuniu uma produção muito rica de textos poéticos, teatrais e romances.

Teve como marco inicial a publicação do livro de poemas "Suspiros poéticos e saudades", de Gonçalves de Magalhães, em 1836.

O romantismo no Brasil se caracterizou, num primeiro momento, pela busca da identidade nacional e resgate das tradições e valores da cultura popular e do folclore. Temas como o índio, a exaltação da natureza, os regionalismos e a realidade social do país são muito explorados pelos autores românticos.

Com a Independência do Brasil, efetivada em 7 de setembro de 1822, os escritores desse período buscam a autonomia da literatura, retomando diversos aspectos da cultura brasileira. Isso porque durante séculos de colonização, o Brasil sofreu forte influência dos modelos europeus, sobretudo de Portugal.

Nesse momento, os folhetins, pequenos capítulos de romances publicados nos jornais, começam a se popularizar no país, o que fez surgir um público leitor, tornando a leitura mais acessível.

Alguns escritores que tiveram grande destaque no romantismo no Brasil foram:

·         Gonçalves de Magalhães

·         Gonçalves Dias

·         José de Alencar

·         Álvares de Azevedo

·         Casimiro de Abreu

·         Castro Alves

Características do romantismo no Brasil

As principais características da literatura romântica no Brasil são:

·         Rompimento com a tradição clássica: o romantismo veio romper com os modelos clássicos greco-romanos, fundamentados na busca da perfeição e na arte erudita.

·         Maior liberdade formal: contrário ao formalismo e tradicionalismo das escolas anteriores, o romantismo utiliza versos sem rima e sem métrica, além de uma linguagem informal e regionalista.

·         Indianismo: o índio é eleito como herói nacional, sendo idealizado como um ser puro e inocente.

·         Nacionalismo e ufanismo: os valores culturais, históricos e artísticos do Brasil são exaltados pelos escritores que mostram orgulho da nação.

·         Culto à natureza: associado ao nacionalismo, as belezas naturais do país são enfatizadas pelos autores de maneira grandiosa.

·         Amor platônico, idealismo: a idealização da sociedade, do amor e da realidade são comuns nas obras românticas.

·         Idealização da mulher: para os escritores românticos, a mulher representava a beleza, a pureza, a inocência e a delicadeza.

·         Subjetivismo e egocentrismo: a literatura romântica foca nos sentimentos e emoções dos autores, reunindo textos de caráter individualista.

·         Sentimentalismo exacerbado: a supervalorização das emoções pessoais mostra que os escritores desse momento se opõem ao pensamento racional e objetivo.

·         Religiosidade: oposto ao racionalismo, que desconsidera os valores religiosos, no romantismo há uma preocupação em se apegar aos valores cristãos.

·         Evasão e escapismo: com o desejo de fugir do cotidiano, da realidade e dos sofrimentos, os autores românticos criam um ambiente idealizado.

 

Contexto histórico do romantismo no Brasil

O romantismo no Brasil surge poucos anos depois da Independência do país, que aconteceu em 7 de setembro de 1822. Esse momento representou grandes mudanças sociais, culturais e econômicas para o Brasil.

O país tentava se organizar e consolidar seu poder, depois de anos de quase 400 anos de colonização portuguesa. Esse processo de transição e mudanças começou um pouco antes de independência, em 1808, com a vinda da família real portuguesa.

Quando chegou ao país fugindo das invasões napoleônicas na Europa, o príncipe regente, Dom João, declarou a abertura dos portos às nações amigas, o que resultou na expansão da comercialização e diversificação do comércio. Outro fator importante foi a transferência da capital do país, que antes era Salvador, e passou a ser o Rio de Janeiro.

Esse processo foi crucial para alavancar a modernização da cidade, resultando na construção de diversos edifícios públicos como o Museu Nacional, a Biblioteca Nacional e o Real Teatro São João. Nesse momento, também foi criada a imprensa Régia e algumas instituições como o Banco do Brasil e a Real Academia Militar.

Todos esses fatores foram essenciais para acelerar o processo de independência do Brasil, declarada em 7 de setembro de 1822 por Dom Pedro.

Fases do romantismo no Brasil

O movimento romântico no Brasil está dividido em três fases, também chamadas de gerações. Cada uma delas possui características próprias e reúne diversos escritores.

·         Primeira geração romântica (1836 a 1852): nacionalista, indianista e religiosa.

·         Segunda geração romântica (1853 a 1869): egocentrismo exacerbado e pessimismo.

·         Terceira geração romântica (1870 a 1880): cunho social e libertário.

 

1.ª fase do romantismo no Brasil (1836-1852)

Após a independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822, a literatura brasileira buscou focar em temas nacionais e que estivessem relacionados com o sentimento patriótico de uma nova nação que estava sendo construída.

A primeira geração romântica no Brasil teve como principais características o nacionalismo e o indianismo. Os temas mais explorados pelos escritores desse momento são: natureza, sentimentalismo, religiosidade, ufanismo e nacionalismo.

A valorização da cultura, da história do país e das tradições populares estiveram muito presentes nessa primeira fase. O indianismo expressa uma das buscas aos temas nacionais e, nesse contexto, o índio é eleito como herói nacional e apontado como um ser puro e inocente.

 

Escritores e obras da primeira geração romântica

Os principais escritores da primeira fase do romantismo foram:

·         Gonçalves Dias

·         Gonçalves de Magalhães

·         José de Alencar

Gonçalves de Magalhães (1811-1882) foi fundador do romantismo no Brasil e autor das obras: Suspiros poéticos e saudades (1836), A Confederação de Tamoios (1857) e Os Indígenas do Brasil perante a História (1860)

Gonçalves Dias (1823-1864) foi um escritor focado em temas nacionais e indianistas, autor das seguintes obras: Canção do exílio (1843), I-Juca- Pirama (1851) e Os Timbiras (1857).

José de Alencar (1829-1877) escreveu diversos romances indianistas, regionalistas e históricos com destaque para as obras: O Guarani (1857), Iracema (1865) e Ubirajara (1874).

Obras de maior destaque dessa fase:

·         Iracema, de José de Alencar

·         Canção do Exílio, de Gonçalves Dias

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