quarta-feira, 5 de junho de 2019

ARCADISMO

O Uraguai (Basílio da Gama)
Em 1769, Basílio da Gama publicou sua obra-prima, O Uraguai, em que critica os jesuítas e defende a política pombalina.
O assunto histórico é a expedição luso-espanhola, chefiada por Gomes Freire de Andrade, contra as missões jesuíticas no Rio Grande do Sul, em 1756, com o objetivo de assegurar as normas impostas pelo Tratado de Madri: as missões dos Sete Povos do Uraguai passariam para os domínios portugueses na América e a Colônia de Sacramento para a Espanha.
Quanto à forma, o poema épico O Uraguai foge do modelo camoniano, tão apreciado pelos poetas neoclássicos. Ele possui cinco cantos e foi escrito em decassílabos brancos (sem rima) e sem estrofação.
O propósito do poema é o de exaltar o antijesuísmo do Marquês de Pombal. Para tanto, as figuras dos jesuítas, sobretudo a do padre Balda, compõem o quadro dos vilões da obra.
Destacam-se como heróis dessa epopeia o capitão Gomes Freire de Andrade, os índios Cepê, Cacambo, Tatu-Guaçu, a heroína Lindoia e o jesuíta, caricaturado, padre Balda.
Por abordar um tema indígena e ter como cenário a floresta, alguns estudiosos consideram a obra de Basílio da Gama como precursora do indianismo romântico.
Resumo
O Uraguai conta a história do comandante português (Gomes Freire Andrada) contra a tirania de um padre (Balda) que, além de matar Cacambo, deseja casar seu filho (Baldeta) com a índia Lindoia.
Com o massacre dos índios pelas tropas luso-espanholas, a culpa recai sobre os jesuítas, pois eles teriam instigado os nativos a não aceitarem as determinações do Tratado de Madri (o qual propunha uma troca de terras no sul do país entre espanhóis e portugueses) e se lançarem a uma luta desigual.
Tinha o intuito de agradar os homens fortes da política de Portugal. Em especial, Francisco Xavier de Mendonça Furtado, irmão do Marquês de Pombal.
Exalta os nobres guerreiros de Portugal.
O povo Guarani é tratado de maneira esplêndida pelas linhas de Basílio da Gama.
Os jesuítas são taxados como os grandes vilões na obra de Basílio da Gama, por se mostrarem contrários a política realizada na época e por enganarem os indígenas das formas mais distintas possíveis.
Em suma, representa, em forma de romance, a batalha travada entre índios, jesuítas e europeus (portugueses e espanhóis) no Rio Grande do Sul.

Exercícios
01. O Arcadismo, didaticamente, inicia-se, no Brasil, em 1768:
a) com a fundação de Arcádia de Lusitana.
b) com a publicação de poemas de Cláudio Manuel da Costa (em Lisboa) e pela fundação da Arcádia Ulissiponense.
c) com a publicação dos poemas de Cláudio Manuel da Costa (em Lisboa) e pela fundação da Arcádia Ultramarina.
d) pela vinda da família real para o Brasil.
e) nenhuma das anteriores.

02. Qual dessas afirmações não caracterizava a poesia arcádica realizada no Brasil no século XVIII?
a) Procurava-se descrever uma atmosfera simples, pastoril.
b) A poesia seguia o lema de “cortar o inútil” do texto.
c) As amadas eram ninfas, lembrando a mitologia grega e romana.
d) Os poetas da época não se expressaram no gênero épico.
e) Diversos poemas foram dedicados a reis e rainhas, e tinham um objetivo político

03. Leia o texto a seguir e faça o que se pede:
Ornemos nossas testas com as flores
E façamos de feno um brando leito;
Prendamo-nos, Marília, em laço estreito,
Gozemos do prazer de sãos amores.
Sobre as nossas cabeças,
Sem que o possam deter, o tempo corre,
E para nós o tempo, que se passa,
Também, Marília, morre.
(TAG, MD, Lira XIV)
Todas as alternativas a seguir apresentam características do Arcadismo, presentes na estrofe anterior, EXCETO:
a) Ideal de ÁUREA MEDIOCITAS, que leva o poeta a exaltar o cotidiano prosaico da classe média.
b) Tema do CARPE DIEM – uma proposta para se aproveitar a vida, desfrutando o ócio com dignidade.
c) Ideal de uma existência tranqüila, sem extremos, espelhada na pureza e amenidade da natureza.
d) Fugacidade do tempo, fatalidade do destino, necessidade de envelhecer com sabedoria.
e) Concepção da natureza como permanente reflexo dos sentimentos e paixões do “eu” lírico.

04. Em Literatura, um grupo de escritores, no século XVIII, defendeu o bucolismo, a necessidade de revalorização da vida simples, em contato com a natureza. Estamos fazendo referência aos escritores do:
a) ROMANTISMO, para quem, encontrar-se com a natureza significava alargar a sensibilidade.
b) ARCADISMO, propondo um retorno à ordem natural, como na literatura clássica, à medida que a natureza adquire um sentido de simplicidade, harmonia e verdade.
c) REALISMO, fugindo às exibições subjetivas e mantendo a neutralidade diante daquilo que era narrado; as referências à natureza eram feitas em terceira pessoa.
d) BARROCO, movimento que valorizava a tensão de elementos contrários, celebrando Deus ou as delícias da vida nas formas da natureza.
e) SIMBOLISMO quando estes escritores se mostravam mais emotivos, transformando as palavras em símbolos dos segredos da alma. A natureza era puro mistério.


GABARITO: C – D – A - B

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