segunda-feira, 21 de setembro de 2020

LITERATURA - ENSINO MÉDIO

DIGA SE É ALUNO CADASTRADO DO NEEJA E DEIXE SEU COMENTÁRIO OU SUGESTÕES.

PROF. BERNADETE










https://www.youtube.com/watch?v=sxN6pbqkZ-c

 

https://www.youtube.com/watch?v=xqQ1_sAHHH8

CARACTERÍSTICAS:

*Versos livres;

*Coloquialismo

*Valorização do cotidiano, e da cultura nacional;

*Transgressões gramaticais;

*Humor;

*Literatura curta, poemas curtos, estilo telegrama;


PRINCIPAIS POETAS:

Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Manuel Bandeira.


Mário de Andrade

Obras: Pauliceia Desvairada, Macunaíma (herói sem nenhum caráter – representa o povo brasileiro).

Poema:

Eu sou trezentos...

Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cincoenta,

As sensações renascem de si mesmas sem repouso,

Ôh espelhos, ôh! Pirineus! ôh caiçaras!

Si um deus morrer, irei no Piauí buscar outro!

 

Abraço no meu leito as milhores palavras,

E os suspiros que dou são violinos alheios;

Eu piso a terra como quem descobre a furto

Nas esquinas, nos táxis, nas camarinhas seus próprios beijos!

 

Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cincoenta,

Mas um dia afinal eu toparei comigo...

Tenhamos paciência, andorinhas curtas,

Só o esquecimento é que condensa,

E então minha alma servirá de abrigo.


Oswald de Andrade

Manifesto Pau-Brasil(1924)

Manifesto Antropológico(1928)

Memórias Sentimentais de João Miramar (prosa – marco inicial da prosa no Brasil)

Serafim Ponte Grande(prosa)

Poema:


Pronominais

Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.


Manuel Bandeira (poeta destaque no Modernismo)

Temática (infância, memória, doença, morte, amor, cotidiano)

Poemas:

Debussy

Para cá, para lá . . .

Para cá, para lá . . .

Um novelozinho de linha . . .

Para cá, para lá . . .

Para cá, para lá . . .

Oscila no ar pela mão de uma criança

(Vem e vai . . .)

Que delicadamente e quase a adormecer o balança

— Psio . . . —

Para cá, para lá . . .

Para cá e . . .

— O novelozinho caiu.

Moça Linda Bem Tratada

Moça linda bem tratada,

Três séculos de família,

Burra como uma porta:

Um amor.

 

Grã-fino do despudor,

Esporte, ignorância e sexo,

Burro como uma porta:

Um coió.

 

Mulher gordaça, filó,

De ouro por todos os poros

Burra como uma porta:

Paciência...

 

Plutocrata sem consciência,

Nada porta, terremoto

Que a porta do pobre arromba:

Uma bomba.


Exercícios:

1.    Infância

O camisolão

O jarro

O passarinho

O oceano

A visita na casa que a

Gente sentava no sofá

 

O Modernismo, em sua primeira fase, foi um movimento polêmico e destruidor. Qual das alternativas abaixo contém uma característica encontrada no texto que justifica essa afirmativa?

(A)presença forte de uma certa musicalidade.

(B) presença de reminiscências do passado.

(C) não retratação objetiva da realidade por meio do uso de símbolos.

(D)ausência de exatidão formal e conectivos.

(E)certo irracionalismo.

 

2.    fim e começo

A noite caiu com licença da Câmara

Se a noite não caísse

Que seriam dos lampiões?

(Pau Brasil, 2003.)

 

Um traço estilístico presente em poetas da primeira fase do Modernismo no Brasil que se observa no poema é o uso de

(A) rimas emparelhadas.

(B) elementos descritivos.

(C) um vocabulário arcaico.

(D)uma métrica regular.

(E)um tom bem-humorado.

 

3.    MACUNAÍMA

Uma feita a Sol cobrira os três manos duma escaminha de suor e Macunaíma se lembrou de tomar banho. Porém no rio era impossível por causa das piranhas tão vorazes que de quando em quando na luta pra pegar um naco de irmã espedaçada, pulavam aos cachos pra fora d’água metro e mais. Então Macunaíma enxergou numa lapa bem no meio do rio uma cova cheia d’água. E a cova era que-nem a marca dum pé-gigante. Abicaram. O herói depois de muitos gritos por causa do frio da água entrou na cova e se lavou inteirinho. Mas a água era encantada porque aquele buraco na lapa era marca do pezão do Sumé, do tempo em que andava pregando o evangelho de Jesus pra indiada brasileira. Quando o herói saiu do banho estava branco louro e de olhos azuizinhos, a água lavara o pretume dele. E ninguém não seria capaz mais de indicar nele um filho da tribo retinta dos Tapanhumas. Nem bem Jiguê percebeu o milagre, se atirou na marca do pezão do Sumé. Porém a água já estava muito suja da negrura do herói e por mais que Jiguê esfregasse feito maluco atirando água pra todos os lados só conseguiu ficar da cor do bronze novo. Macunaíma teve dó e consolou:

— Olhe, mano Jiguê, branco você ficou não, porém pretume foi-se e antes fanhoso que sem nariz.

Maanape então é que foi se lavar, mas Jiguê esborrifara toda a água encantada pra fora da cova. Tinha só um bocado lá no fundo e Maanape conseguiu molhar só a palma dos pés e das mãos. Por isso ficou negro bem filho da tribo dos Tapanhumas.

ANDRADE, Mário de. Macunaíma.

22. ed. Belo Horizonte: Itatiaia, 1986.

Macunaíma é uma obra da primeira geração modernista, cujo autor, Mário de Andrade, foi um dos mentores da Semana de Arte Moderna, de 1922. A respeito da primeira fase do Modernismo, podemos afirmar que

(A) propôs uma estética poética transgressora, que tentou romper com o tradicional, buscando a liberdade formal e a valorização do cotidiano.

(B) seus romances valorizaram a cultura brasileira através de forte regionalismo, com influência da psicanálise de Freud.

(C)apresentou influência do Parnasianismo e do Simbolismo, forte academicismo e passadismo.

(D)cultuou o objetivismo e a linguagem culta e direta.

(E)buscou uma maior aproximação com a realidade ao descrever os costumes, as relações sociais e a crise das instituições.

 

4.    O texto é a realização do programa poético da geração de 22 (primeira fase). A poesia modernista, sobretudo desta fase (1922 a 1928):

(A)faz uma síntese dos pressupostos poéticos que norteavam a linguagem parnasiano-simbolista.

(B)utiliza-se de vocabulário sempre vago e ambíguo que apreenda estados de espírito subjetivos e indefiníveis.

(C)enriquece e dinamiza a linguagem, inspirando-se na sintaxe clássica.

(D)confere ao nível coloquial da fala brasileira a categoria de valor literário.

(E)incentiva a pesquisa formal com base nas conquistas parnasianas, a ela anteriores.

 

5.    Cidade

Foguetes pipocam o céu quando em quando

Há uma moça magra que entrou no cinema

Vestida pela última fita

Conversas no jardim onde crescem bancos

Sapos

Olha

A iluminação é de hulha branca

Mamães estão chamando

A orquestra rabecoa na mata

ANDRADE, Oswald de. Cidade. Caderno de poesia do aluno

Oswald (Poesia reunida). São Paulo: Círculo do Livro, s.d. p. 103.

A primeira geração modernista defendeu a atualização da linguagem literária, reflexo da sociedade em transformação.

Em relação ao texto, a alternativa que está em desacordo com essa proposta é a

(A) Rejeição à linguagem discursiva artesanal.

(B)Emprego irônico de imagem estética estereotipada.

(C)Uso de frases justapostas e de construções elípticas.

(D)Utilização de uma linguagem artística que concilia o passado e o presente.

(E)Criação de uma poética substantiva reduzida ao essencial do processo de signos.

6.    Poema Tirado de uma Notícia de Jornal

João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da

Babilônia num barracão sem número

Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro

Bebeu

Cantou

Dançou

Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.

Manuel Bandeira

Sobre a primeira fase do Movimento Modernista, ao qual a crítica vincula Manuel Bandeira, todas as alternativas estão corretas, EXCETO:

 (A)apresentava, em um primeiro momento, um caráter anárquico e destruidor.

 (B)valorizava a língua “brasileira”.

 (C)objetivava o rompimento com as estruturas artísticas do passado.

 (D)a postura nacionalista, do final dos anos 1920, apresentava uma vertente crítica e uma vertente ufanista.

 (E)buscava inspiração nas ideologias concretistas para simplificação poética.

 

Respostas:

1.    D

2.    E

3.    A

4.    D

5.    D

6.    E

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