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PROF. BERNADETE
O ARCADISMO
Foi um
movimento literário europeu do século XVIII. Caracterizou-se por retomar as
temáticas da Antiguidade greco-latina e pela ênfase
em descrições bucólicas da natureza. O nome dessa
escola estética refere-se à Arcádia, região campestre da Grécia Antiga onde viviam pastores e
poetas. (10)
Contexto
histórico
O século
XVIII é também conhecido como século das luzes ou século da filosofia.
Foi durante esse período que aconteceu o iluminismo, movimento intelectual que deu
origem às ideias de revolução, liberalismo, cidadania, Direitos Humanos, bem como impulsionou a
busca pelo conhecimento em áreas diversas. Os pensadores iluministas baseavam-se
no princípio da racionalidade: a razão humana é que deveria
conduzir o desenvolvimento das ciências, da política e
da vida cotidiana das pessoas, iluminando-as do obscurantismo da ignorância e
do desconhecimento.
Características
do arcadismo
Embora tenha
surgido em um período de rupturas e muita agitação política e intelectual, os
escritores árcades faziam textos amenos, contemplativos. Em busca do equilíbrio e
da restauração do caos reinante na escola barroca, o arcadismo recorria
ao bucolismo, aos temas pastoris, aos elementos
da natureza. Era comum que os poetas árcades assinassem seus versos
em pseudônimos com nomes de pastores gregos e romanos.
ARCADISMO
NO BRASIL
Foi o movimento
literário posterior ao Barroco e anterior ao Romantismo. Esse movimento também é conhecido como
Neoclassicismo – devido à retomada dos valores gregos e
romanos.
Os autores
árcades, em geral, viveram na cidade de Vila Rica, onde
hoje fica Ouro Preto (MG). Alguns desses escritores, inclusive, participaram
da Inconfidência Mineira, movimento separatista que
buscava desvincular a região brasileira da Coroa portuguesa.
Em termos de
análise literária, é possível dizer que o Arcadismo brasileiro tem três manifestações diferentes:
as obras líricas, as satíricas e as épicas. Os principais autores do
Arcadismo são: Tomás Antônio Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa, Santa Rita Durão
e Basílio da Gama.
Contexto
histórico
O Arcadismo no Brasil teve início, em
1768, com a publicação de Obras Poéticas, de Cláudio Manuel da
Costa.
Assim como
Tiradentes (o único dos envolvidos na Inconfidência Mineira a ser condenado à
morte, tornando-se mártir posteriormente), os escritores foram presos após
Joaquim Silvério dos Reis delatá-los. Como punição, Tomás Antônio Gonzaga
foi exilado em Moçambique, e Cláudio Manuel da Costa,
supostamente, suicidara-se na prisão. O suicídio é questionado
por alguns críticos que sugerem que o autor foi, na verdade, assassinado.
Arcadismo
Lírico
As obras
líricas do Arcadismo no Brasil são aquelas que buscavam expressar os sentimentos de
um sujeito lírico. Os principais autores dessa vertente são Tomás Antônio
Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa( 07). Em geral, os poemas líricos desse
movimento foram construídos sob a influência dos seguintes preceitos latinos:
(06)
• FugereUrbem: fugir do urbano;
• LocusAmoenus: lugar ameno, o gozo da
natureza;
• Aurea Mediocritas: equilíbrio das
riquezas;
• InutiliaTruncat: abdicar do superficial
da vida e conviver com o essencial;
• Carpe Diem: aproveitar o dia, viver com
alergia, curtir o simples como apreciar a natureza;
• O eu poético: exaltação da natureza e da
mitologia;
• Crítico: absorveu a filosofia do
Iluminismo, fazendo forte crítica à burguesia e ao estilo de vida dos
burgueses;
• Pseudônimos pastoris: os poetas fingiam
outra identidade, se autointitulando pastores e assinavam suas obras como tal.
As obras eram marcadas ainda pela simulação de sentimentos inexistentes. ( 09)
Os versos
dedicados a Marília, sob pseudônimo árcade de Dirceu, são os mais
célebres de Tomás Antônio Gonzaga. De traço pré-romântico, os
poemas têm um tom pessoal que escapa às características neoclássicas.
Arcadismo
Satírico
As Cartas
Chilenas, conjunto epistolar escrito por Tomás Antônio Gonzaga, são
consideradas obras satíricas. Isso, pois as cartas contêm críticas ferozes
indiretamente voltadas ao governador de Minas Gerais, Luís da Cunha Meneses.
Nos textos, escritos pelo remetente Critilo e endereçadas ao amigo Doroteu
(ambos pseudônimos criados pelo autor), as tais críticas são direcionadas ao
governador “Fanfarrão Minésio”.
Arcadismo
Épico
Além dos dois
estilos citados anteriormente, é possível encontrar também no Arcadismo
brasileiro duas obras de teor épico. São elas; O Uraguai, de
Basílio da Gama, e “Caramuru”, de Santa Rica Durão (esse último,
inclusive, virou filme em 2001).(04)
José Basílio da
Gama estudou no Colégio dos Jesuítas, no Rio de Janeiro, até o Marquês de Pombal, à frente da metrópole portuguesa,
banir do Brasil os padres jesuítas da Companhia de Jesus. Anos depois, foi para a Itália
e associou-se à Arcádia Romana, assinando com o pseudônimo de
Termindo Sipílio.
Viveu também em
Portugal, onde foi preso, acusado de ser partidário dos jesuítas.
Mudou de ideia na prisão e tornou-se pombalino. Foi membro da
Academia das Ciências de Lisboa, cidade em que faleceu em 1795.
Principais
características do Arcadismo (05)
Como o Arcadismo surgiu com a proposta de contrapor o Barroco, a
transição foi lenta por causa da quebra de paradigmas, em especial no Brasil.
Isso porque a corrente foi trazida para o país através de filhos de burgueses
que viajavam para estudar em Lisboa, e depois retornavam, achando o cenário
“brega” e ultrapassado.
Sendo assim o Conceptismo (estilo Barroco)
representado pelo conflito, excesso e o forte traço religioso começou a se
dissolver. Com o novo estilo, passou a ser evidenciado:
• Busca da simplicidade, da razão e do equilíbrio
• Inspiração na natureza
• Reprodução dos clássicos com base na cultura
Greco-Romana
• Eliminação da subjetividade, dos sentimentos
expressados com exagero
• Amor galante, a mulher passou a ser exaltada e
cortejada de forma muito elegante
Além desses pontos existem outros dois que são muito fortes e são
imprimidos nas características do Arcadismo. São eles o Bucolismo e o
Pastoralismo. O primeiro, está relacionado à natureza e tudo que está
ligado a ela: moradia, passeios, forma de escrever, além das artes em geral. É
a tradução do homem vivenciando a natureza.
Já o segundo, vem dos pastores que passam horas nos campos com as
pastoras, com as ovelhas, cercados por cachoeiras, árvores, explorando ainda o
dia, o sol e os ventos frescos.