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PROF. BERNADETE
Estrutura das
Palavras
Observe as seguintes palavras:
escol-a
escol-ar
escol-arização
escol-arizar
sub-escol-arização
Percebemos que há um elemento comum a todas elas: a forma escol-. Além disso,
em todas há elementos destacáveis, responsáveis por algum detalhe de
significação. Compare, por exemplo, escola e escolar:
partindo de escola, formou-se escolar pelo acréscimo do elemento destacável
-ar.
Por meio desse trabalho de comparação
entre as diversas palavras que selecionamos, podemos depreender a existência de
diferentes elementos formadores. Cada um desses elementos formadores é uma
unidade mínima de significação, um elemento significativo indecomponível, a que
damos o nome de morfema.
Classificação dos morfemas:
Radical
Há um morfema comum a todas as palavras que estamos analisando: escol-. É esse
morfema comum – o radical – que faz com que as consideremos palavras de uma
mesma família de significação – os cognatos. O radical é a parte da palavra
responsável por sua significação principal.
Afixos
O acréscimo do morfema –ar cria uma nova palavra a partir de escola.
De maneira semelhante, o acréscimo dos morfemas sub- e –arização à
forma escol- criou subescolarização. Esses morfemas
recebem o nome de afixos.
Quando são colocados antes do radical, como acontece com sub-, os
afixos recebem o nome de prefixos. Quando, como –arização,
surgem depois do radical os afixos são chamados de sufixos. Prefixos e sufixos,
além de operar mudança de classe gramatical, são capazes de introduzir
modificações de significado no radical a que são acrescentados.
Desinências
Quando se conjuga o verbo amar, obtêm-se formas como amava,
amavas, amava, amávamos, amáveis, amavam.
Essas modificações ocorrem à medida que o verbo vai sendo flexionado em número
(singular e plural) e pessoa (primeira, segunda ou terceira). Também ocorrem se
modificarmos o tempo e o modo do verbo (amava, amara, amasse,
por exemplo).
Podemos concluir, assim, que existem morfemas que indicam as flexões das
palavras. Esses morfemas sempre surgem no fim das palavras variáveis e recebem
o nome de desinências. Há
desinências nominais e desinências verbais.
• Desinências
nominais: indicam o gênero e o número dos nomes. Para a indicação de
gênero, o português costuma opor as desinências -o/-a:
garoto/garota; menino/menina
Para a indicação de número, costuma-se
utilizar o morfema –s, que indica o plural em oposição à
ausência de morfema, que indica o singular: garoto/garotos; garota/garotas;
menino/meninos; menina/meninas.
No caso dos nomes terminados em –r e –z, a desinência
de plural assume a forma -es: mar/mares; revólver/revólveres;
cruz/cruzes.
• Desinências verbais: em nossa
língua, as desinências verbais pertencem a dois tipos distintos. Há aqueles que
indicam o modo e o tempo (desinências modo-temporais) e aquelas que indicam o
número e a pessoa dos verbos (desinências número-pessoais):
Vogal temática
Observe que, entre o radical cant- e as desinências verbais,
surge sempre o morfema –a.
Esse morfema, que liga o radical às desinências, é chamado de vogal
temática. Sua função é ligar-se ao radical, constituindo o chamado tema. É
ao tema (radical + vogal temática) que se acrescentam as desinências. Tanto os
verbos como os nomes apresentam vogais temáticas.
• Vogais temáticas nominais: São -a, -e, e -o,
quando átonas finais, como em mesa, artista, busca, perda,
escola, triste, base, combate. Nesses casos, não
poderíamos pensar que essas terminações são desinências indicadoras de gênero,
pois a mesa, escola, por exemplo, não sofrem esse tipo de flexão. É a essas
vogais temáticas que se liga a desinência indicadora de plural: mesa-s,
escola-s, perda-s. Os nomes terminados em vogais tônicas (sofá,
café, cipó, caqui, por exemplo) não apresentam vogal
temática.
• Vogais temáticas verbais: São -a, -e e -i,
que caracterizam três grupos de verbos a que se dá o nome de conjugações.
Assim, os verbos cuja vogal temática é -a pertencem à primeira
conjugação; aqueles cuja vogal temática é -e pertencem à
segunda conjugação e os que têm vogal temática -i pertencem à
terceira conjugação.
Vogal ou consoante de ligação
As vogais ou consoantes de ligação são morfemas que surgem por motivos
eufônicos, ou seja, para facilitar ou mesmo possibilitar a leitura de uma
determinada palavra. Temos um exemplo de vogal de ligação na palavra
escolaridade: o -i- entre os sufixos -ar- e -dade
facilita a emissão vocal da palavra. Outros exemplos: gasômetro,
alvinegro, tecnocracia, paulada, cafeteira, chaleira, tricota.
1. Classifique os elementos mórficos da forma verbal achávamos (ach-á-va-mos).
a)
ach
b) á
c) va
d) mos
GABARITO
a) radical
b) vogal temática
c) desinência indicativa do modo e tempo verbal
d) desinência indicativa da pessoa e número verbal
2.
Classifique os elementos mórficos da palavra amigos (amig-o-s).
a) amig
b) o
c) s
a) radical
b) desinência indicativa do masculino
c) desinência indicativa do plural
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