domingo, 19 de julho de 2020

HISTÓRIA - ENSINO FUNDAAMENTAL

PROF. CRISTINA

CONTINUAÇÃO
BRASIL COLÔNIA: 1500-1822

A ECONOMIA MINERADORA: Com a descoberta de ouro ocorreram mudanças no Brasil colonial e também a coroa portuguesa consegue resolver seus problemas econômicos. A descoberta dos metais preciosos ocorreu com a expansão bandeirante (séculos XVII e XVIII). As primeiras descobertas datam do final do século XVII na região de Minas Gerais.


ADMINISTRAÇÃO DAS MINAS: Para administração das minas, foi criada em 1702, a Intendência das Minas, a qual era diretamente subordinada a Lisboa e era responsável pela fiscalização e exploração das minas. Realizava a distribuição de datas-lotes  e pela cobrança do quinto ( 20% do ouro encontrado).  Mesmo com o controle metropolitano, o contrabando era muito comum. Em 1720, a Coroa criou as Casas de Fundição, as quais transformavam o ouro bruto (pó ou pepita ) em barras já quintadas, ou seja, já extraiam  o quinto pertencente à Coroa. A criação das Casas de Fundição gerou violentos protestos que provocaram a Revolta de Filipe dos Santos.
Quando ocorre o esgotamento das minas, o governo português fixa uma taxa para arrecadar o quinto: 100 arrobas anuais de ouro por município. Para garantir a arrecadação, é criada a derrama (para completar as 100 arrobas, a população pagaria  com seus bens pessoais). A derrama trará um profundo sentimento de insatisfação para com a Metrópole.

FORMAS DE EXPLORAÇÃO DAS MINAS


Havia dois tipos de exploração do ouro:
- As LAVRAS: a grande empresa mineradora, mão de obra escrava, ferramentas e aparelhos;
- A FAISCAÇÃO: a pequena empresa, o trabalho livre ou escravos alforriados

OS DIAMANTES: as primeiras descobertas ocorreram em 1729, no Arraial do Tijuco, atual Diamantina. Não tinha como quintar o diamante, então a Metrópole criou o Distrito Diamantino. Os mineiros foram expulsos da região e a exploração passou a ser controlada pela Metrópole através dos CONTRATADORES (que pagavam uma quantia fixa para extrair o diamante). Em 1771, o governo português assumiu a exploração do diamante, estabelecendo a real extração.

CONSEQUÊNCIAS DA MINERAÇÃO
- Alterações na estrutura colonial, ou seja, ocorreram mudanças econômicas, sociais, políticas e culturais.

AS MUDANÇAS ECONÔMICAS:
- A mineração mudou o eixo econômico do litoral nordestino para a região Centro-Sul;
- Incentivo ao comércio interno, uma vez que se fazia necessário o abastecimento da região das minas (aumento da produção de alimentos e da criação de gado);
- Surgimento de rotas coloniais interligando a região das minas com outras regiões do Brasil. Pelas rotas, as tropas de mulas, levavam e traziam mercadorias, inclusive o negro africano foi deslocado da lavoura açucareira para a região das minas;
- Estímulo a importação de artigos manufaturados, devido ao aumento populacional e da concentração de riquezas.

AS MUDANÇAS SOCIAIS:
- Aumento populacional nas regiões das minas, o que altera a composição e estrutura da sociedade;
- A sociedade passa a ter um caráter urbano e multiplica-se o número de comerciantes, intelectuais, pequenos proprietários, funcionários públicos, artesãos. A sociedade mineradora passa a apresentar uma certa flexibilidade e mobilidade (não existia na sociedade açucareira);
- Ocorre uma relativa distribuição de riquezas;
- Com a vinda de imigrantes que trazem ideias Iluministas, como Liberdade, Igualdade e Fraternidade a sociedade se torna mais politizada.

AS MUDANÇAS POLÍTICAS:
- Como dito acima, as ideias Iluministas chegavam ao Brasil com os  imigrantes, os quais buscavam ouro. Também essas ideias eram trazidas pelos filhos dos grandes proprietários que estudavam na Europa;
- Nomes de destaque, como Tomás Antônio Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa, Inácio Alvarenga Peixoto e outros. Estes estavam ligados a Inconfidência Mineira.

AS MUDANÇAS CULTURAIS:
- Todas as mudanças econômicas, políticas e sociais favoreceram a atividade intelectual na região das minas. A riqueza incentivou a produção cultural. Na música, na literatura (o Arcadismo), na arquitetura e a escultura (destaque para Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho e para mestre Valentim).

PORTUGAL E A INGLATERRA: Em 1703, Portugal e Inglaterra assinam o Tratado de Methuen, pelo qual Portugal conseguia benefícios alfandegários na venda de vinhos na Inglaterra e ficavam obrigados a comprar manufaturados ingleses sem  taxa aduaneira. O Tratado de Methuen prejudica o desenvolvimento da manufaturas em Portugal e, para pagar os mesmos, Portugal vai usar o ouro encontrado no Brasil. A grande quantidade de ouro brasileiro para a Inglaterra contribui para o processo da Revolução Industrial, daí o ditado de que "a mineração serviu para fazer buracos no Brasil, construir igrejas em Portugal e enriquecer a Inglaterra".

RENASCIMENTO AGRÍCOLA: No final do século XVIII, ocorre a decadência da mineração e o retorno das atividades agrícolas, as quais foram incentivadas pelo:
- Esgotamento  e decadência da região da minas;
- Independência dos EUA ( 1776 );
- Revolução Industrial na Inglaterra;
- Incentivo para a produção agrícola pelo marquês de Pombal.

OBS.: com a Revolução Industrial, a Inglaterra necessita de algodão (para a indústria têxtil) e a  principal área fornecedora inicia sua luta pela Independência. Com isso, o Brasil passa a produzir algodão para atender os ingleses. O cultivo do algodão se dá no Maranhão, utilizando a mão de obra escrava. Além do algodão, o açúcar, o cacau e o café tornam-se os principais produtos cultivados. Para a ocupação do interior do Brasil, a pecuária, a extração das "drogas do sertão", (guaraná, aniz, pimenta e outros produtos) foram fundamentais nesse processo.
  
Fonte: https://www.mundovestibular.com.br/estudos/historia/brasil-colonia

ATIVIDADES:
1- "Cada ano, vêm nas frotas quantidade de portugueses e de estrangeiros, para passarem às minas. Das cidades, vilas, recôncavos e sertões do Brasil, vão brancos, pardos e pretos, e muitos índios, de que os paulistas se servem. A mistura é de toda a condição de pessoas: homens e mulheres, moços e velhos, pobres e ricos, nobres e plebeus, seculares e clérigos, e religiosos de diversos institutos, muitos dos quais não têm no Brasil convento nem casa." (André João Antonil, "Cultura e opulência no Brasil por suas drogas e minas")
Nesse retrato descrito pelo jesuíta Antonil, no início do século XVIII, o Brasil colônia vivia o momento:
(A) Do avanço do café na região do Vale do Ribeira e em Minas Gerais. Portugal, no início do século XVIII, percebeu a importância do café como a grande riqueza da colônia, passou então a enviar mais escravos para essa região e a controlá-la com maior rigor.
(B) Da decadência do cultivo da cana-de-açúcar no nordeste. Em substituição a esse ciclo, a metrópole passou a investir no algodão; para tanto, estimulou a migração de colonos para a região do Amazonas e do Pará. Os bandeirantes tiveram importante papel nesse período por escravizar indígenas, a mão-de-obra usada nesse cultivo.
(C) Da descoberta de ouro e pedras preciosas no interior da Colônia. A Metrópole, desde o início do século XVIII, buscou regularizar a distribuição das áreas a serem exploradas; como forma de impedir o contrabando e recolher os impostos, criou um aparelho administrativo e fiscal, deslocando soldados para a região das minas.
(D) Da chegada dos bandeirantes à região das minas gerais. Os bandeirantes descobriram o tão desejado ouro, e a Metrópole se viu obrigada a impedir a corrida do ouro; para tanto, criou leis impedindo o trânsito indiscriminado de pessoas na região, deixando os bandeirantes como os guardiões das minas.
(E) Do esgotamento do ouro na região das minas. Sua difícil extração levou pessoas de diferentes condições sociais para as minas, em busca de trabalho, e seu esgotamento dividiu a região em dois grupos - de um lado, os paulistas, e, de outro, os forasteiros, culminando no conflito chamado de Guerra dos Emboabas.

2- Em 1703, estipulou a compra de vinho português pela Inglaterra em troca da importação de tecidos ingleses por Portugal.
O texto se refere ao Tratado de:
(A) Fontainebleau.
(B) Madri.
(C) Methuen.
(D) Utrecht.
(E) Londres

3- A economia mineradora brasileira, florescida na época colonial, na passagem do século XVII para o século XVIII, só foi possível pela ação de determinadas figuras históricas que desbravaram e adentraram pelo sertão brasileiro. Tais figuras eram:
(A) Os jesuítas
(B) Os bandeirantes
(C) Os militares
(D) Os comunistas
(E) Os huguenotes

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