CONTINUAÇÃO
BRASIL
COLÔNIA: 1500-1822
A
ECONOMIA MINERADORA: Com a descoberta de ouro ocorreram mudanças no
Brasil colonial e também a coroa portuguesa consegue resolver seus problemas econômicos. A
descoberta dos metais preciosos ocorreu com a expansão bandeirante (séculos
XVII e XVIII). As primeiras descobertas datam do final do século XVII na região
de Minas Gerais.
ADMINISTRAÇÃO
DAS MINAS: Para administração das minas, foi criada em
1702, a Intendência das Minas, a qual era diretamente subordinada a Lisboa e era
responsável pela fiscalização e exploração das minas. Realizava a distribuição
de datas-lotes e pela cobrança do quinto
( 20% do ouro encontrado). Mesmo com o
controle metropolitano, o contrabando era muito comum. Em 1720, a Coroa criou
as Casas de Fundição, as quais transformavam o ouro bruto (pó ou pepita ) em
barras já quintadas, ou seja, já extraiam o quinto pertencente à Coroa. A criação
das Casas de Fundição gerou violentos protestos que provocaram a Revolta de
Filipe dos Santos.
Quando ocorre o esgotamento das minas, o
governo português fixa uma taxa para arrecadar o quinto: 100 arrobas anuais de
ouro por município. Para garantir a arrecadação, é criada a derrama (para
completar as 100 arrobas, a população pagaria com seus bens pessoais). A derrama trará um
profundo sentimento de insatisfação para com a Metrópole.
FORMAS
DE EXPLORAÇÃO DAS MINAS
Havia dois tipos de exploração do ouro:
- As
LAVRAS: a grande empresa mineradora, mão de obra escrava,
ferramentas e aparelhos;
- A
FAISCAÇÃO: a pequena empresa, o trabalho livre ou escravos
alforriados
OS
DIAMANTES: as primeiras descobertas ocorreram em 1729,
no Arraial do Tijuco, atual Diamantina. Não tinha como quintar o diamante,
então a Metrópole criou o Distrito Diamantino. Os mineiros foram expulsos da
região e a exploração passou a ser controlada pela Metrópole através dos CONTRATADORES (que pagavam uma quantia
fixa para extrair o diamante). Em 1771, o governo português assumiu a
exploração do diamante, estabelecendo a real extração.
CONSEQUÊNCIAS
DA MINERAÇÃO
- Alterações na estrutura colonial, ou seja, ocorreram
mudanças econômicas, sociais, políticas e culturais.
AS MUDANÇAS ECONÔMICAS:
- A mineração mudou o eixo econômico do
litoral nordestino para a região Centro-Sul;
- Incentivo ao comércio interno, uma vez que
se fazia necessário o abastecimento da região das minas (aumento da produção de
alimentos e da criação de gado);
- Surgimento de rotas coloniais interligando a
região das minas com outras regiões do Brasil. Pelas rotas, as tropas de mulas,
levavam e traziam mercadorias, inclusive o negro africano foi deslocado da lavoura
açucareira para a região das minas;
- Estímulo a importação de artigos
manufaturados, devido ao aumento populacional e da concentração de riquezas.
AS
MUDANÇAS SOCIAIS:
- Aumento populacional nas regiões das minas,
o que altera a composição e estrutura da sociedade;
- A sociedade passa a ter um caráter urbano e
multiplica-se o número de comerciantes, intelectuais, pequenos proprietários,
funcionários públicos, artesãos. A sociedade mineradora passa a apresentar uma
certa flexibilidade e mobilidade (não existia na sociedade açucareira);
- Ocorre uma relativa distribuição de
riquezas;
- Com a vinda de imigrantes que trazem ideias
Iluministas, como Liberdade, Igualdade e Fraternidade a sociedade se torna mais
politizada.
AS
MUDANÇAS POLÍTICAS:
- Como dito acima, as ideias Iluministas chegavam
ao Brasil com os imigrantes, os quais
buscavam ouro. Também essas ideias eram trazidas pelos filhos dos grandes proprietários
que estudavam na Europa;
- Nomes de destaque, como Tomás Antônio
Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa, Inácio Alvarenga Peixoto e outros. Estes estavam
ligados a Inconfidência Mineira.
AS
MUDANÇAS CULTURAIS:
- Todas as mudanças econômicas, políticas e
sociais favoreceram a atividade intelectual na região das minas. A riqueza
incentivou a produção cultural. Na música, na literatura (o Arcadismo), na
arquitetura e a escultura (destaque para Antônio Francisco Lisboa, o
Aleijadinho e para mestre Valentim).
PORTUGAL
E A INGLATERRA: Em 1703, Portugal e Inglaterra assinam o
Tratado de Methuen, pelo qual Portugal conseguia benefícios alfandegários na
venda de vinhos na Inglaterra e ficavam obrigados a comprar manufaturados
ingleses sem taxa aduaneira. O Tratado
de Methuen prejudica o desenvolvimento da manufaturas em Portugal e, para pagar
os mesmos, Portugal vai usar o ouro encontrado no Brasil. A grande quantidade
de ouro brasileiro para a Inglaterra contribui para o processo da Revolução
Industrial, daí o ditado de que "a mineração serviu para fazer buracos no
Brasil, construir igrejas em Portugal e enriquecer a Inglaterra".
RENASCIMENTO
AGRÍCOLA: No final do século XVIII, ocorre a decadência da
mineração e o retorno das atividades agrícolas, as quais foram incentivadas
pelo:
- Esgotamento e decadência da região da minas;
- Independência dos EUA ( 1776 );
- Revolução Industrial na Inglaterra;
- Incentivo para a produção agrícola pelo
marquês de Pombal.
OBS.:
com
a Revolução Industrial, a Inglaterra necessita de algodão (para a indústria
têxtil) e a principal área fornecedora inicia
sua luta pela Independência. Com isso, o Brasil passa a produzir algodão para
atender os ingleses. O cultivo do algodão se dá no Maranhão, utilizando a mão
de obra escrava. Além do algodão, o açúcar, o cacau e o café tornam-se os
principais produtos cultivados. Para a ocupação do interior do Brasil, a pecuária,
a extração das "drogas do sertão", (guaraná, aniz, pimenta e outros
produtos) foram fundamentais nesse processo.
Fonte: https://www.mundovestibular.com.br/estudos/historia/brasil-colonia
ATIVIDADES:
1-
"Cada ano, vêm nas frotas quantidade de portugueses e de estrangeiros,
para passarem às minas. Das cidades, vilas, recôncavos e sertões do Brasil, vão
brancos, pardos e pretos, e muitos índios, de que os paulistas se servem. A
mistura é de toda a condição de pessoas: homens e mulheres, moços e velhos,
pobres e ricos, nobres e plebeus, seculares e clérigos, e religiosos de
diversos institutos, muitos dos quais não têm no Brasil convento nem
casa." (André
João Antonil, "Cultura e opulência no Brasil por suas drogas e
minas")
Nesse retrato descrito pelo jesuíta Antonil,
no início do século XVIII, o Brasil colônia vivia o momento:
(A) Do avanço do café na região do Vale do
Ribeira e em Minas Gerais. Portugal, no início do século XVIII, percebeu a
importância do café como a grande riqueza da colônia, passou então a enviar
mais escravos para essa região e a controlá-la com maior rigor.
(B) Da decadência do cultivo da
cana-de-açúcar no nordeste. Em substituição a esse ciclo, a metrópole passou a
investir no algodão; para tanto, estimulou a migração de colonos para a região
do Amazonas e do Pará. Os bandeirantes tiveram importante papel nesse período
por escravizar indígenas, a mão-de-obra usada nesse cultivo.
(C) Da descoberta de ouro e pedras
preciosas no interior da Colônia. A Metrópole, desde o início do século XVIII,
buscou regularizar a distribuição das áreas a serem exploradas; como forma de
impedir o contrabando e recolher os impostos, criou um aparelho administrativo
e fiscal, deslocando soldados para a região das minas.
(D) Da chegada dos bandeirantes à região das
minas gerais. Os bandeirantes descobriram o tão desejado ouro, e a Metrópole se
viu obrigada a impedir a corrida do ouro; para tanto, criou leis impedindo o
trânsito indiscriminado de pessoas na região, deixando os bandeirantes como os
guardiões das minas.
(E) Do esgotamento do ouro na região das
minas. Sua difícil extração levou pessoas de diferentes condições sociais para
as minas, em busca de trabalho, e seu esgotamento dividiu a região em dois
grupos - de um lado, os paulistas, e, de outro, os forasteiros, culminando no
conflito chamado de Guerra dos Emboabas.
2-
Em 1703, estipulou a compra de vinho português pela Inglaterra em troca da
importação de tecidos ingleses por Portugal.
O texto se refere ao Tratado de:
(A) Fontainebleau.
(B) Madri.
(C) Methuen.
(D) Utrecht.
(E) Londres
3- A economia mineradora brasileira,
florescida na época colonial, na passagem do século XVII para o século XVIII,
só foi possível pela ação de determinadas figuras históricas que desbravaram e
adentraram pelo sertão brasileiro. Tais figuras eram:
(A) Os jesuítas
(B) Os bandeirantes
(C) Os militares
(D) Os comunistas
(E) Os huguenotes
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