A GRÉCIA ANTIGA
CARACTERÍSTICAS GERAIS:
- Território acidentado;
- Desenvolvimento do comércio e navegação;
- Descentralização política (Cidade-Estado);
- Modo de produção escravista;
- Contribuições nas artes, ciências e filosofia
(formadores da CULTURA OCIDENTAL).
- Dividida em três regiões: a Grécia Continental (com numerosas
montanhas entremeadas por férteis planícies, o terreno acidentado dificultava
as comunicações, contribuindo para que se desenvolvessem comunidades isoladas),
a Grécia Peninsular (encontramos um litoral recortado com muitos golfos
e baías, o que facilitava a navegação) e a Grécia Insular (grande
quantidade de ilhas). Nas áreas costeiras, o clima é temperado e quente,
dependendo da época do ano. Já nas montanhas, encontram-se geleiras e ocorrem
tempestades de neve. De um modo geral, o solo grego era pouco fértil, os
recursos minerais eram escassos. A vida era difícil. Foram diversos povos que se
estabeleceram na região: eólios, dórios, aqueus e jônicos.
- A
Grécia Clássica é a Grécia das Cidades, as quais eram
independentes entre si. As pólis eram pequenos Estados, juridicamente soberanos
e independentes, daí serem chamados de CIDADES-ESTADOS. Havia um centro
político, social e religioso, uma área rural com pequenas aldeias, fortalezas
perto das fronteiras e, nas cidades à beira-mar, portos movimentados. Entre as
diversas cidades gregas, as que mais se destacaram foram Esparta e Atenas,
especialmente nos séculos V e IV a.C.
ESPARTA:
- Localizada na Península do
Peloponeso, fundada por tribos dóricas.
- Os
espartanos formavam uma sociedade militarista e conservadora. Os espartanos ou esparciatas descendentes dos antigos dórios, formavam a classe dominante. Eram os únicos
detentores de cidadania. Havia uma população livre, os periecos, que eram camponeses,
comerciantes e artesãos possuidores
de terras e bens móveis, porém sem direitos políticos. Já os hilotas eram servos pertencentes ao Estado, os chamados “escravos públicos”, prováveis descendentes da população
conquistada pelos dórios e eram mantidos sob um regime de terror.
- Toda
a atividade econômica era proibida aos espartanos, os quais dependiam de outros
grupos sociais, como os periecos (os da periferia) e, sobretudo dos hilotas. Sem
preocupações econômicas, os espartanos se dedicavam unicamente à preparação militar,
formando uma casta de guerreiros profissionais.
- Esparta
era governada por dois reis (diarquia). A autoridade dos reis era limitada pela
gerúsia (Conselho dos anciões), cujos membros não podiam ter menos de sessenta
anos de idade. Existia ainda o Conselho dos Éforos, em número de cinco, eleitos
pelos cidadãos para mandato de um ano. Os éforos tinham grandes poderes,
podendo julgar até os reis. Por último, existia a Apela (Assembleia do Povo),
formada pelos espartanos com mais de trinta anos. Não discutia as resoluções,
porém tinha o direito de aprová-las ou recusá-las.
- Desde
criança, os espartanos se preparavam para serem bons soldados. A preparação
começava a partir dos seis anos de idade. Os exercícios eram duros, os fracos
sucumbiam. Dos 18 até os 60 anos o cidadão espartano era soldado.
- Das
mulheres os espartanos exigiam que tivessem saúde, daí elas terem que frequentar
ginásios, para gerarem filhos sadios. Não possuíam direitos públicos, porém
gozavam de certa liberdade, pois eram elas que administravam a casa.
ATENAS:
- Localizada na Península da Ática.
- Os
povoadores da Ática eram de origem ariana: aqueus, jônios e eólios, mas os
atenienses se consideravam jônios.
- A
base econômica da Ática era a agricultura. Durante o Período Clássico, o
comércio desempenhou um papel relevante. Os atenienses exportavam azeite, figo,
cerâmica, prata, etc; importavam tecidos, tapetes, perfumes, etc. A moeda era a
dracma (de prata), uma espécie de “dólar” da Antiguidade.
- Em
Atenas, no Período Clássico, predominou o modo de produção escravista. Os escravos
tinham várias origens até o século VI a.C. havia a escravidão por dívidas;
muitos eram prisioneiros de guerra e outros tantos eram adquiridos nos diversos
mercados de escravos que existiam na região, especialmente na Ilha de Quios. Os
filhos de escravos e as crianças abandonadas tornavam-se cativos. O trabalho
escravo era utilizado nas minas, nas pedreiras, as oficinas artesanais e,
sobretudo, na agricultura. Utilizavam-se escravos como domésticos e existiam
ainda escravos públicos (escribas, contabilistas, mensageiros, etc.). O escravo
não possuía personalidade jurídica. Para Aristóteles, o escravo era uma
propriedade instrumental animada.
- Os
eupátridas eram os grandes proprietários rurais; os geomores eram os pequenos agricultores,
enquanto os demiurgos constituíam o
grupo de comerciantes e artesãos. Para
ser cidadão ateniense, era necessário ter mais de 18 anos, ser filho de pai e
de mãe atenienses e estar no gozo dos direitos políticos. Estavam excluídos: os
metecos (estrangeiros que viviam em Atenas), os escravos e as mulheres.
- A
sociedade ateniense era essencialmente masculina. As mulheres não tinham
direito à cidadania. Esperava-se que as mulheres preparassem a comida,
dirigissem a casa e se conservassem a distância. Deviam ficar em casa caladas,
subordinando-se totalmente ao marido. As jovens atenienses viviam confinadas
nos gineceus (parte da habitação reservada ao sexo feminino, onde aprendiam com
as mães a se tornarem boas esposas). Era o pai que escolhia o noivo (geralmente
entre 14 e 16 anos).
- Quanto
à vida política, a partir do século VIII a.C., o rei Basileu era uma autoridade
decorativa. O poder estava com as famílias nobres reunidas no Areópago. Mais
tarde, o Arcontado, composto por nove Arcontes, substituiu o Rei nas funções
executivas. A princípio, os Arcontes tinham o mandato de dez anos; depois, de
apenas um ano.
- LEGISLADORES:
-
Drácon era um eupátrida, foi o primeiro legislador ateniense. Em 621 a.C.
redigiu um código para Atenas, em que conservava os privilégios da
aristocracia. As classes baixas se revoltaram. Drácon legislou leis férreas,
daí se utilizar o termo draconiano ao se referir a um juiz muito radical. Em
594 a.C., os comerciantes que haviam assumido a liderança do partido popular
conseguiram a nomeação de Sólon.
- Sólon
era eupátrida por nascimento e comerciante por profissão. Suas principais leis
estabeleceram: divisão da sociedade ateniense em quatro classes, com base na
renda dos cidadãos; fim da escravidão por dívida; reformas econômicas
(favoreciam o comércio exterior).
- Ampliando
e aprofundando as reformas iniciadas por Sólon, Pisístrato exerceu a primeira
tirania ateniense até 528 a.C. Hípias e Hiparco, seus filhos e sucessores, não
deram continuidade às reformas, acabando por perder o apoio popular. A reação
eupátrida chegou ao fim quando Clístenes depôs Iságoras e assumiu o poder.
Clístenes revisou as leis de Sólon, modificando-as num sentido democrático.
- Os
princípios básicos da reforma de Clístenes eram:
- direitos
políticos para todos os cidadãos (os metecos, escravos e mulheres não tinham
direitos políticos);
- participação
direta dos cidadãos no governo, através do comparecimento à Assembleia ou por
sorteio, quando se tratava de escolher o ocupante de algum cargo. Dividiu a
Ática em cem distritos, chamados demos. Cada dez demos formava uma tribo. Nas
tribos, misturavam-se todos os atenienses, sem distinção de classes. A fim de
evitar a tirania, instituiu o ostracismo.
Quando alguém fosse considerado perigoso pelo seu prestígio ou influência, a
Assembleia poderia desterrá-lo por 10 anos. Esse exílio não era considerado
desonroso e tinha função puramente política. As reformas de Clístenes trouxeram
a paz e a prosperidade a Atenas.
- A
democracia ateniense era uma democracia escravista. O trabalho escravo era a
base da vida econômica. Já a mulher trancafiada nos gineceus era considerada um
ser inferior. Os cidadãos gozavam da plenitude dos direitos civis e políticos.
Para ser cidadão era necessário possuir pai e mãe ateniense. Após a vitória nas
guerras contra os persas (Guerras Médicas), Atenas organizou uma liga marítima —
a Confederação ou Liga de Delos. Esparta e suas aliadas do Peloponeso não
entraram na liga.
- A
Confederação de Delos tinha como desculpa a defesa das cidades gregas de um
ataque persa. Cada cidade contribuía com homens e, principalmente, dinheiro. Atenas
serviu-se da Liga de Delos para se embelezar e se transformar num grande
império marítimo e comercial.
- A democracia
escravista ateniense consolidou-se definitivamente com Péricles. De origem
nobre, as ideias democráticas de Péricles levaram-no ao partido popular, cuja
chefia exerceu de 461 até sua morte, em 429 a.C. Era um democrata, grande
orador, amante das letras, das artes e inimigo da violência. Entre as grandes
construções realizadas nessa época, destacaram-se os novos templos na Acrópole
(sobretudo o Partenon) e uma terceira muralha defensiva, entre Atenas e o Pireu
(porto).
- As
lutas entre as cidades gregas, enfraquecendo-as, abriu o caminho para a
conquista da Macedônia, através de Filipe II (338 a.C.). Mais tarde, Alexandre
da Macedônia conquista a Grécia, que servia de trampolim para a formação de
um grande império. Com Alexandre ocorreu a helenização do Oriente, ou
seja, elementos da cultura grega se espalharam pelo mundo antigo oriental. Os
sucessores de Alexandre dividiram o Império que acabou conquistado pelos
romanos, os quais foram profundamente marcados pela cultura grega.
RELIGIÃO
- A
religião grega era politeísta
antropomórfica. Além dos grandes deuses que habitavam o Olimpo, havia inúmeros
seres imortais sobre a Terra. Havia também os heróis, homens que praticavam
ações extraordinárias e que se igualavam aos deuses. Os deuses eram fortes, inteligentes
e belos. Viviam como homens, tinham necessidade de alimentos e sono, lutavam
entre si, possuíam sentimentos humanos, com os mesmos desejos, entusiasmos e
fraquezas.
- O
culto consistia em cantos, oferendas de objetos e alimentos e, principalmente,
sacrifícios de animais.
- O
culto da família era tradicional. O pai exercia as funções de sacerdote,
realizando o culto em homenagem a Héstia e Zeus, mantendo sempre aceso o fogo
sagrado. O nascimento, o casamento e os funerais eram acompanhados de cerimônias
sagradas, das quais participava toda a família.
- Havia
uma certa unidade religiosa entre os gregos, pois adoravam os mesmos grandes
deuses. - Os santuários mais famosos — Epidauro, Delos, Olímpia e Delfos —
recebiam multidões de todas as partes da Grécia.
- Desejosos
de conhecer o futuro, os gregos consultavam os deuses, nos oráculos. Em Delfos,
o deus Apolo falava pela boca de uma pitonisa (sacerdotisa do Templo de ApoIo).
Os sacerdotes interpretavam as palavras sem nexo da pitonisa.
- Os
heróis se assemelhavam aos deuses pelos seus feitos e ações. Entre os gregos,
os mais famosos eram: Perseu, Jasão, Teseu, Édipo e Hércules. Perseu matou a
famosa Górgone, monstro de dentes afiados e cabeça cheia de serpentes. Jasão e
seus companheiros (os argonautas) conquistaram o Velocino de Ouro. Teseu, o
filho de Egeu, rei de Atenas, matou o Minotauro, o monstro que habitava o
labirinto de Cnossos, em Creta. Édipo decifrou o enigma da esfinge, monstro que
devorava os viajantes que não respondessem às perguntas enigmáticas que fazia.
Hércules, o maior de todos os heróis, realizou 12 trabalhos para escapar da
fúria de Hera.
ROTEIRO DE LEITURA E ESTUDO:
GRÉCIA
1- A Grécia divide-se em
Grécia Continental, Insular e Peninsular. Caracterize cada uma delas.
2- Sobre Esparta:
A)
Localização.
B)
Sobre a sociedade, quem eram:
-
Os espartanos (ou esparciatas):
-
Os periecos:
-
Os hilotas:
C)
Caracterize o governo de Esparta.
D)
Descreva a educação espartana para:
-
Os meninos:
-
As meninas:
3- Sobre Atenas:
A)
Localização.
B)
Caracterize a economia.
C)
Descreva sobre a vida do escravo.
D)
Quem eram:
-
os eupátridas:
-
os geomores:
-
os demiurgos:
-
os metecos:
E) O
que é preciso para ser cidadão ateniense?
F)
Descreva a situação da mulher em Atenas.
G)
Quem foi:
-
Drácon:
-
Sólon:
-
Pisístrato:
-
Clístenes:
H)
Explique a frase: “A democracia ateniense era uma democracia escravista”.
I)
Quem foi Péricles?
J)
Caracterize a religião grega.
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