DISSERTAÇÃO
Seja cauteloso em sua dissertação quanto aos seguintes pontos:
a) Verbos: os verbos devem estar em terceira pessoa, ou seja,
referindo-se a: ele, ela, eles, elas.
b) Linguagem: é formal, logo, obedece às normas gramaticais.
Dessa forma, empregos de expressões coloquiais, ou seja, da oralidade e gírias
estão excluídas, tais como: tá boa, o bofe lá, tampá o sol com a peneira,
ninguém merece, isso está cheirando mal, sem noção, camarada, etc.
c) Palavras: devem ser usadas no seu sentido denotativo,
literal, ou melhor, no que consta no dicionário. Deixe o sentido figurado para
as poesias e outros tipos de textos.
d) Expressões: é comum lermos: eu acho, na minha opinião, de
acordo com que penso a esse respeito, em redações dissertativas. No entanto,
essas colocações são redundantes, pois é um texto que mostra o ponto de vista
do autor em relação a um fato. Então, é redundante usar tais expressões, mesmo
porque deve-se manter a terceira pessoa do discurso.
e) Períodos: devem ser objetivos e claros. De preferência,
mais breves, pois períodos muito longos geram confusão. Aproveite e verifique
se a pontuação está correta: se o ponto final está presente em cada ideia
finalizada! Estará errada se as orações estiverem emendadas por vírgulas,
ocasionando o período longo e confuso.
f) Estrutura: observe aqui a paragrafação, ou seja, a divisão
por parágrafos e também se há introdução, desenvolvimento e uma boa conclusão.
Muitas vezes, esta última parte é esquecida!
Por último observe se sua dissertação tem o mínimo de 15 linhas escritas e o
máximo de 35 (tamanho exigido na maioria dos processos seletivos,
principalmente no ENEM).
Se você seguir esses critérios básicos e suficientes da dissertação, então, com
certeza, terá uma ótima avaliação!
Primeiro, vamos
entender como a dissertação funciona. Ela é dividida em três partes: a
introdução, o desenvolvimento e a conclusão.
Introdução
É a parte do texto em que se coloca a ideia-chave, o assunto da
dissertação. A partir da ideia principal é que se desenvolve o resto do texto,
onde você pode justificar e apresentar fatos que comprovem sua tese.
Atenção: A tese não deve ser confundida com o tema. Ela é uma proposição
sobre o tema, um posicionamento claro e fácil de ser absorvido pelo leitor, em
torno da qual se desenvolvem os argumentos que tentam comprová-la.
Os parágrafos de desenvolvimento são os que vão dar sustentação à
tese apresentada na introdução. É esse o momento de justificar, demonstrar,
provar as declarações feitas na introdução. Os parágrafos de desenvolvimento
devem ser marcados pela progressão, ou seja, o texto deve ser construído de
forma que vá apresentando novas informações, claras e pertinentes. Ou seja,
nada de enrolação ou de repetição desnecessária do que já foi dito! Para
facilitar sua argumentação, você pode separar o desenvolvimento de cada ideia
em um parágrafo diferente.
Desenvolvimento
Além de apresentar fatos que fundamentem a sua dissertação, é importante
que você também aponte argumentos contrários e que aponte porque, de acordo com
a sua tese, eles não são verdadeiros. Afinal, dissertação não é um artigo de
opinião, o que significa que as opiniões contrárias também devem ser
consideradas.
Conclusão
Parte final do texto. Mas é preciso que uma coisa fique clara: concluir
não é simplesmente “terminar” o texto. A conclusão é feita de comentários que
confirmam os aspectos desenvolvidos nos parágrafos anteriores. É o momento de
oferecer uma solução ou demonstrar algum tipo de expectativa em relação à sua
tese e ao assunto como um todo.
Atenção: a conclusão não é o momento de levantar questionamentos que não
tenham sido esclarecidos nos parágrafos argumentativos, portanto EVITE frases
interrogativas.
TEXTOS
DISSERTATIVOS
Livros desprezados
Aluno: Alexandre Budu
Grave problema presente no Brasil é o baixo
nível cultural da população, devido à falta de leitura de boa qualidade.
Segundo o Pisa (Programa internacional de avaliação de alunos), que verifica a
capacidade de leitura do jovem, dentre os 32 países envolvidos na pesquisa de
2001, o nosso ficou com a última colocação.
Um dos fatores que provocam a falta de
domínio da leitura na avaliação brasileira é a escassez de livrarias: apenas
uma para cada 84,4 mil habitantes. Porém, essa não é a única razão: o
brasileiro prefere ler futilidades que pouco ou nada acrescentam ao seu
intelecto a se dedicar aos grandes nomes da literatura.
Os políticos tentam suavizar a
situação do semianalfabetismo gerada pela falta de leitura com o discurso de
que é perfeitamente normal que algumas pessoas alcancem o final do ensino médio
sem saber expressar suas ideias por meio da escrita. Obviamente, é
“perfeitamente normal”, visto que o sistema de repetência foi indevidamente
abolido nas escolas públicas.
É imprescindível que a leitura no
Brasil seja estimulada desde a infância e que o sistema de ensino sofra uma
revisão. Nossa nação não pode aspirar ao desenvolvimento tendo tão deficiente
capital humano.
Autodestruição
Aluna: Mariana Yamamoto Martins
Há tempos a questão da preservação do meio
ambiente entrou no dia a dia das discussões do mundo inteiro. O excesso de
poluição emitida pelas indústrias e automóveis e a devastação das
florestas são as principais causas do efeito estufa e finalmente se
tornaram motivo de preocupação. Contudo, até agora, os resultados pró-natureza
são insignificantes, perto dos prejuízos causados a ela.
Essa diferença tem razões econômicas.
Não é simples nem vantajoso uma fábrica que emite grande quantidade de
poluentes comprar equipamentos que amenizam tal emissão. O mesmo acontece com automóveis,
grandes vilões do ar nas cidades. Segundo reportagens, carros e ônibus velhos
poluem quarenta vezes mais do que os novos, e não é por falta de vontade que os
donos não os trocam, e sim por falta de dinheiro. Concluímos, então, que o
mundo capitalista inviabiliza um acordo com o meio ambiente e, enquanto isso, o
planeta adoece.
Outros problemas é a falta de informação e educação ambiental. Muitas
pessoas ainda desconhecem os malefícios do efeito estufa, como, por exemplo, o
aumento da temperatura e, como consequência, a intensificação das secas. Esse
desconhecimento somado ao egoísmo e descaso humano trazem-nos uma visão de
futuro pessimista. Das poucas pessoas cientes desse problema, muitas não o
levam a sério e não tentam mudar suas atitudes buscando uma solução. Enquanto
os efeitos dos nossos atos não atingirem proporções mais danosas,
permaneceremos acomodados com a situação, deixando para nossas futuras gerações
o dever de “consertar” o meio ambiente.
A triste conclusão a que chegamos é a de que a prudência e o bom senso do ser
humano não são mais fortes que a sua ambição e egoísmo. Estamos destinados a
morrer no planeta que matamos.
Quando o fim é progredir
Aluna: Sandra H. Gordon
Há milhares de anos o
universo existia em harmonia. Os ciclos de escuridão e luz se alternavam
periodicamente. As estrelas nasciam, brilhavam e explodiam. Sempre o mesmo
ciclo. Harmonia. Tranquilidade. A luz fez um planeta fértil. Plantas surgiram.
A harmonia continuou. Animais surgiram. Sucederam as eras geológicas. Surgiu,
então, o homem. O homem não se contentou com os ciclos naturais. Construiu
ferramentas e com estas ergueu as cidades, afastando-se até das memórias dos
campos, da vida simples e natural. A harmonia se despedaçou.
Ao homem foi dado o domínio da tecnologia, mas ele a usou para a destruição.
Foi dada também a conquista do meio, mas ele o converteu em sua própria prisão.
As florestas foram arrasadas. A atmosfera foi poluída. Enfim, a Terra criou o
homem e foi destruída por sua criação.
Os mais sábios tentaram impedir o progresso, mas o lucro do momento fechou os
ouvidos do homem. A avalanche continuou. Cada um competiu para transformar uma
parte maior do todo. Ignoraram completamente o ciclo natural. Materialismo
passou a ser o novo indicador.
O progresso abalou o homem até onde a ambição alcança. Ele cada vez sabe mais,
consegue mais e constrói mais. Só que não percebe, em sua escalada, a
possibilidade da queda. Quando ele se der conta dos abusos que comete, será
tarde demais para voltar.
Agora é a sua vez:
1. Marque nos três textos: a introdução, o
desenvolvimento e a conclusão.
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