ROMA ANTIGA
CARACTERÍSTICAS
GERAIS:
- O solo italiano em geral é bastante
fértil, por isso a região sempre foi muito disputada pelos mais diversos povos.
- Segundo a tradição, Roma foi fundada
em 753 a.C. Nessa época, encontravam-se na Itália três povos: os italiotas (úmbrios, latinos,
sabinos, volscos e samnitas), os gregos e os etruscos. Há autores que acreditam
que Roma foi fundada pelos etruscos, enquanto outros deduzem que Roma se
originou de um forte construído por latinos e sabinos às margens do Rio Tibre.
- Nas suas origens, Roma estava
organizada em gens, ou seja, descendentes de um ancestral comum. Nessa época, Roma estava dividida em
grandes famílias dirigidas pelo pater famílias, daí os membros dessa família
serem chamados de patrícios. Já os clientes (de uma palavra latina que designa
“os que obedecem”) eram pessoas pobres ligadas a uma família patrícia,
trabalhando arduamente em troca de uma proteção física, econômica e jurídica.
Por último existiam indivíduos que não pertenciam a nenhuma família eram
chamados de plebeus (da palavra latina plebe, que significa “multidão”). Não se
sabe ao certo sua origem. Para alguns historiadores eram nativos submetidos quando Roma foi fundada. Há ainda aqueles que acreditam que os plebeus eram
estrangeiros estabelecidos em Roma e imediações.
- No período de 753 a 509 a.C., Roma
foi uma Monarquia e a sociedade estava assim dividida: patrícios: eram cidadãos romanos e
tinham o poder econômico e político; clientes:
ligavam-se a uma família patrícia; plebeus:
eram homens livres, porém sem direitos políticos; escravos: derrotados de guerra, sem nenhum direito político. O
escravismo não desempenhou papel significativo durante a Monarquia.
- Durante a Monarquia quando a
agricultura praticada nas terras drenadas pelos etruscos superou a pecuária, o
comércio e o artesanato também evoluíram bastante.
- A partir de 509 a.C. foi instaurada
a República. Nesse período, ocorreram graves lutas sociais, acelerou-se
o processo de expansão e consolidou-se o modo
de produção escravista. Os patrícios controlavam as instituições políticas
romanas. A plebe, apesar de pagar impostos e apesar dos encargos militares,
permanecia marginalizada.
- Em 494 a.C., com a Revolta do Monte
Sagrado, a plebe passou a ter o direito de eleger o Tribuno de Plebe, o qual tinha o poder de veto sobre as ações que
prejudicassem os plebeus. Um colégio de dez magistrados (decênviros) foi
encarregado, em 450 a C. de codificar as leis romanas. A Lei das Doze Tábuas, gravadas em tábuas de bronze e exposta no
fórum (praça do mercado), constituiu-se na fonte do Direito público e privado
dos romanos. O referido código substituiu o direito consuetudinário por uma
legislação escrita. Em 445 a.C., a igualdade civil e a possibilidade do
casamento interclasses foram estabelecidas pela Lei Canuleia. Em 367 a.C., a Lei
Licínia abriu aos plebeus
enriquecidos as portas das magistraturas e, em consequência, as do próprio
Senado. Já a Lei Ogúlnia possibilitou aos plebeus o
ingresso nos colégios sacerdotais. Pela Lei
Hortênsia (287 a.C.), as resoluções da assembleia popular (plebiscito)
adquiriram força de lei independentemente da aprovação do Senado.
- Apesar das modificações, a
aristocracia patrícia ficou fortalecida, pois pôde incorporar os plebeus
enriquecidos. Com isso, restabeleceu-se a coesão social e política, para que
Roma conquistasse a Itália.
A CONSOLIDAÇÃO DO ESCRAVISMO:
- Roma dominou a Itália, venceu os
cartagineses (Guerras Púnicas) e passou a controlar o Mediterrâneo e Norte da
África. Posteriormente, Grécia, Egito e Ásia Menor caíram sob o domínio dos
romanos. A principal consequência deste processo foi a consolidação do
escravismo.
- A partir do século III a.C., o modo
de produção escravista passou a preponderar na Roma Antiga. O número de
escravos aumentou significativamente. Para os romanos, o escravo era uma
mercadoria como qualquer outra. As condições para alguém se tornar escravo eram
múltiplas: por dívida (até 326 a.C.), pirataria e, principalmente, através da
guerra de conquista. O escravo exercia as mais diversas funções: de agricultor
a professor de artesão a carregador. O tráfico de escravos foi um importante
setor do comércio romano.
UM GLADIADOR CONTRA ROMA:
- Espártaco foi trazido à Roma como
prisioneiro de guerra, tornando-se gladiador (homens que combatiam para
divertir os romanos). Com mais 200 gladiadores rebelaram-se, após a vitória
contra o primeiro exército romano, tornou-se célebre. Pretendia levar os
escravos para suas pátrias. Dirigiu-se à Sicília para sublevar os escravos da
região e chegar à Grécia. Este plano também falhou. A poderosa Roma foi
humilhada por Espártaco, porém, as divergências entre os escravos e o poderio
romano fizeram com que Crasso o vencesse, em 71 a.C. Para servir de exemplo,
seis mil escravos foram crucificados, ao longo da Via Ápia (que ligava Roma à
Cápua).
A QUESTÃO AGRÁRIA: OS IRMÃOS GRACO
- O grande afluxo de escravos e o
predomínio de latifúndios geravam descontentamento entre as camadas inferiores
da população livre, urbana e rural. As coisas começaram a mudar quando, em 133
a.C., foi eleito para o tribunato o jovem e rico patrício Tibério Graco. Tibério estava impressionado com a miséria do povo,
seu projeto era bastante moderado, propunha a limitação do direito de ocupação
das terras de domínio público a um máximo de 500 jeiras (125 hectares). As
terras assim recobradas pelo Estado deveriam ser repartidas em lotes e
distribuídas aos cidadãos. Os antigos donos receberiam uma justa indenização.
- Em 132 a.C., quando expunha suas
ideias ao povo, um grupo de partidários da aristocracia surgiu e o assassinou.
Mais tarde (123 a.C.) seu irmão, Caio Graco continuou sua obra. Entre os
benefícios que trouxe ao povo, podemos destacar: conseguiu que cada cidadão
recebesse do Estado, mensalmente, certa quantidade de trigo; reformou a justiça;
procurou construir estradas, para ocupar os desempregados; quis democratizar o
direito eleitoral.
- Por mexer com os interesses da
classe dominante, teve o mesmo destino de seu irmão: foi assassinado. As
reformas dos irmãos Graco visavam conservar a mesma ordem social, porém,
eliminando as injustiças mais flagrantes.
O IMPÉRIO: APOGEU E DECLÍNIO.
Nos dois primeiros séculos da Era Cristã, o Império Romano atingiu o apogeu. No mapa as dimensões do poderio romano:
- A partir do século III, as coisas mudaram, entre 235 e 268, instaurou-se o caos no Império Romano. Cada exército proclamava o seu imperador, logo em seguida por qualquer motivo o assassinavam. Nesse período de 33 anos, reinaram 21 imperadores, e apenas um não morreu de forma violenta.
- De forma resumida, podemos destacar os seguintes fatos no turbulento período de 235 a 268: inflação galopante; invasões estrangeiras e ataques ao longo das fronteiras; revoltas camponesas; com os imperadores ilírios a situação melhorou. Cláudio II derrotou os godos; Aureliano, os alamanos e Probo, os germânicos da Gália.
- Após ter vencido Carino, Diocleciano se tornou o novo imperador. Realizou reformas profundas, a fim de salvar o Império. Instaurou a Tetrarquia. A partir de então, passaram a existir quatro imperadores, dois deles com o título de Augusto (divino) e dois com o título de César (chefe militar). Diocleciano instaurou uma monarquia despótica e militar, de tipo helenístico (de origem grega). Incentivou o culto dos deuses antigos, perseguiu os cristãos. Impôs o uso do latim nas províncias do Oriente. Prestigiou as leis romanas. Dividiu o Império em 101 províncias, agrupadas em doze dioceses reunidas em quatro prefeituras. Tentou frear a onda especulativa tabelando os preços (Edito Máximo). Não teve sucesso.
- Em 306, Constantino reunificou o Império e transferiu a capital para o Oriente: Constantinopla (antiga cidade grega de Bizâncio). Percebendo a força do cristianismo, Constantino publicou o Edito de Milão (313), dando liberdade de culto aos cristãos. Em 391, Teodósio tornou o cristianismo a religião oficial do império e interditou os cultos pagãos. Em 395, Teodósio dividiu o Império do Ocidente e o do Oriente. O Ocidente coube a seu filho Honório e o Oriente, a Arcádio.
A QUEDA DO IMPÉRIO DO OCIDENTE:
- A primeira onda de invasores
germânicos começou em 406, quando uma confederação de suevos, vândalos e alanos
marchou através do Reno. Em 410, os visigodos, comandados por Alanco, saquearam
Roma. Em 439, os vândalos ocuparam o norte da África. Em 476, Odoacro, chefe
dos hérulos, depôs o último imperador romano no Ocidente, o jovem Rômulo
Augusto. No Oriente, o Império sobreviveu a mais mil anos.
- O declínio do Império Romano acelerou-se a
partir do século III, com a crise do escravismo. Com a diminuição do número e
qualidade dos escravos, e com a queda vertiginosa da produção nos latifúndios,
a situação tornou-se bastante difícil. Os altos impostos, o atrofiamento do
comércio, a miséria das classes dominadas, a inflação, a ruralização e a regionalização
da economia completavam o quadro.
O CRISTIANISMO:
- Jesus nasceu provavelmente em Belém
e foi criado em Nazaré, e daí ser chamado Jesus de Nazaré. O seu nascimento
ocorreu entre o ano 7 e 4 a.C. e sua morte, entre 28 e 33 a.D.) (Anno Domini, ou
seja, Ano do Senhor).
- A língua grega, a segurança e as
comunicações do Império Romano e, é claro, a profunda mensagem fizeram com que
o cristianismo se expandisse rapidamente. Algumas das razões para a perseguição
aos cristãos: os cristãos não aceitavam o imperador como um deus vivo;
opunham-se ao militarismo e ao escravismo; praticavam seu culto às escondidas,
com a participação de escravos e deserdados; os romanos acabaram encontrando
nos cristãos um bode expiatório para os males que grassavam no Império, como a
escassez de alimentos, as pestes e as derrotas militares.
AS ARTES:
- As artes romanas sofreram
influências diversas: etruscas, gregas e helenísticas. As principais
características das artes em Roma foram as seguintes: realismo, arte a serviço
do Estado como instrumento de propaganda, grande qualidade do material,
gigantismo de suas realizações; sincretismo, técnica grega, mas a mentalidade
romana.
- Na arquitetura, observa-se o uso de
cimento (mistura de areia, cascalho e material vulcânico), dos arcos e das
abóbadas.
- Os templos romanos, geralmente,
possuíam a forma retangular. Era a habitação da divindade e o local onde se
consultavam os auspícios (os áugures ocupavam-se dos auspícios em nome do
Estado) em ocasiões especiais (batalhas, fundação de cidades, etc.)
interpretando o voô das aves ou as entranhas de animais. Já as basílicas eram
grandes salas retangulares divididas internamente por meio de colunas. Eram
lugares de reunião, passeios e de negócios. Nas basílicas, advogados, juízes,
cambistas e negociantes desempenhavam suas funções.
- Os romanos construíram muitos
anfiteatros, onde se realizavam o ludi circense (jogos circenses), termas que
eram edifícios destinados à higiene corporal, aos exercícios físicos e ao
espairecimento. As termas de Trajano, Caracala e Diocleciano tornaram-se
célebres.
- Construíram palácios, vilas, casas
(domus: habitações particulares das classes mais abastadas) e nas cidades,
pequenos prédios chamados insulae. Os arcos de triunfo, troféus e colunas eram
monumentos comemorativos, com a finalidade de perpetuar um acontecimento
memorável.
- A distribuição da água nas cidades
era feita através de condutos de cerâmica e canos de chumbo. Eram os aquedutos.
- Estradas, pontes, fortalezas,
muralhas, aquedutos, moedas, medalhas comemorativas, arcos de triunfo e até
louvores pessoais ao imperador ou conceitos, como pax romana ou Roma a eterna
serviram para consolidar a ideologia política que fez de Roma um grande
Império.
ROTEIRO
DE LEITURA E ESTUDO:
1-
Sobre a fundação de Roma:
a) Quando ocorreu sua fundação?
b) Quais povos viviam ali?
c) Qual o povo que fundou Roma?
2-
Descreva como era dividida a sociedade no período da Monarquia.
3-
Quem foi Espártaco e o que ele realizou?
4-
Quem foram os irmãos Graco e o que fizeram?
5-
Faça um resumo sobre o Cristianismo.
6- Leia o texto e responda as questões a
seguir: "Augusto conquistou os soldados com presentes, o povo
com pão barato, e todos os homens com os frutos da paz. Assim tornou-se
progressivamente mais poderoso, congregando em si as funções do Senado, dos
magistrados e das leis."
A)
Identifique o período da história de Roma tratado nesse texto.
B) A partir
dos elementos indicados no texto, caracterize o Estado romano durante esse
período.
7-
Para responder a questão, leia o texto abaixo:
PÃO E
CIRCO
Com
o crescimento urbano vieram também os problemas sociais para Roma.
A escravidão gerou muito desemprego na zona rural, pois muitos camponeses
perderam seus empregos. Esta massa de desempregados migrou para as cidades romanas
em busca de empregos e melhores condições de vida. Receoso de que pudesse
acontecer alguma revolta de desempregados, o imperador criou a política do Pão
e Circo. Esta consistia em oferecer aos romanos alimentação e diversão. Quase
todos os dias ocorriam lutas de gladiadores nos estádios (o mais famoso foi o
Coliseu de Roma), onde eram distribuídos alimentos. Desta forma, a população
carente acabava esquecendo os problemas da vida, diminuindo as chances de
revolta.
Explique com suas palavras o que você entendeu
sobre a política do Pão e Circo durante o Império Romano.
8- Complete com V (verdadeiro) ou F (falso).
( V ) Os plebeus eram pobres, viviam como agricultores ou artesãos.
( F ) Os plebeus formavam a aristocracia de Roma.
( V ) Os clientes eram intermediários entre os patrícios e os plebeus.
( V ) Os escravos eram muitos no império.
( F ) Para o patrício, quanto maior o número de clientes, menor seu
prestígio.
9- Época em que Roma era uma pequena
cidade sob a influência dos etruscos:
( X ) Monarquia
( ) República
( ) Império
10- Foram grandes proprietários de
terras, rebanhos e escravos. Tiram direitos políticos e também desempenhavam
altas funções públicas no exército, na religião, na justiça ou na
administração. Eram os cidadãos romanos:
( ) Os
plebeus
( X ) Os patrícios
( ) Os clientes
11-
Leia atentamente o texto: Durante a fase republicana, ocorreram revoltas dos
plebeus, homens livres que não possuíam direitos políticos. (...) As principais
causas das revoltas dos plebeus foram a escravidão por dúvidas, a inexistência
de leis escritas, a proibição do casamento entre patrícios e plebeus e a
obrigatoriedade de os plebeus lutarem nas guerras.
Em suas
lutas por direitos, os plebeus conseguiram a permissão para o casamento entre
patrícios e plebeus através da:
(
) Lei das Doze Tábuas (451 a.C.)
( )
Eleição dos Tribunos da Plebe (494 a.C)
( X ) Lei
Canuleia (445 a.C)
( ) Lei
Licínia (367 a.C)
12- Relacione abaixo as camadas sociais com
suas respectivas funções.
(A) Patrícios
(B) Plebeus
(C) Clientes
(D) Escravos
( D ) Eram utilizados em serviços domésticos, trabalhos agrícolas, ou
capatazes, professores, etc. Eram considerados como objetos.
(
C ) Homens livres que prestavam serviço aos
cidadãos romanos em troca de ajuda econômica e proteção social.
( A ) Classe constituída pelos grandes proprietários de terra e de gado.
( B ) Eram os comerciante, os artesãos e os camponeses. Lutando por seus
interesses, conseguiram uma série de direitos e privilégios.
13- Qual das
alternativas abaixo apresenta aspectos históricos da política e sociedade no
período da Monarquia Romana?
( ) O sistema político era a democracia e a
sociedade dividia-se em: nobres, comerciantes e escravos.
( X ) O sistema político era a monarquia e
a sociedade dividia-se em: patrícios (nobres proprietários de terras ) e
plebeus (comerciantes, artesãos e pequenos proprietários).
( ) O
sistema político era o parlamentarismo e a sociedade dividia-se em:
governadores, classe média e camponeses.
( )
O sistema político era o presidencialismo e a sociedade dividia-se em:
presidente, burguesia e servos.
14- O que foi a política do pão e circo durante o
Império Romano?
( ) Política
promovida pelo imperador romano para arrecadar mais impostos, através da
cobrança de taxas em atividades de lazer e sobre o comércio de pão.
( ) Política dos
reis romanos para aumentar o comércio de pão e outros alimentos que utilizavam
o trigo como matéria prima.
( X )
Distribuição de alimentos (principalmente pão) e diversão (principalmente luta
de gladiadores) como forma do imperador agradar os mais pobres, diminuindo as
tensões sociais e evitando revoltas e conflitos em Roma.
15- Qual das alternativas abaixo
apresenta aspectos do legado romano para as civilizações posteriores?
( X ) O
direito romano, presente até os dias de hoje na cultura do Ocidente, assim como
o latim, que deu origem a língua portuguesa, francesa, italiana e espanhola.
( ) A religião
politeísta romana que até hoje é predominante no mundo ocidental.
( ) As técnicas de construção de pirâmides e a
Medicina, através do processo de mumificação de corpos.
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